"A harmonia é a linha de conduta da qual toda ação humana deve proceder" - Confúcio
"A suavidade de todas as coisas anula a dureza de todas as coisas" - Lao Tzu

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Eles só implicam pra nos complicar!

Hoje me dispus a refletir um pouco sobre o caso Renan. Ora, este assunto por incrível que pareça está perdurando até hoje na mídia e na política, e por mais comum que seja só vemos enrolação. Até que no começo me atrevi a acompanhar. Logo, percebi que era só perda de tempo, pois não se obtinha nada de concreto sobre o que acontecia. Pelo menos foi possível ver quem eram os senadores tão insensatos. Considero como única virtude do que acompanhei: comprovei, olhando para aqueles velhos e pobres de espírito, o porquê de tanta atrocidade política. No entanto, não olhei só para eles. A grande mídia também foi, por definitivo, condenada por mim quando passei a prestar atenção no que nos explicava sobre o caso. Agora não importa mais. Só prestarei atenção no que for de positivo por um país melhor. Apoiarei as boas negociações do governo. A positividade toma conta, mesmo que tenha que condenar os mal-intencionados. Mas vai ser difícil, pois nossa grande imprensa não destaca o que é de positivo para o Brasil e de maneira geral, não ficamos sabendo o que é relevante para o crescimento da sociedade brasileira. Se continuarmos no negativismo da “roubalheira”, a bola de neve irá só aumentar.

Meses e meses se passaram, e Calheiros foi um escolhido para ser o problema do Brasil. Como houve, sim, outros destaques importantes da mídia como o acidente da TAM, a crise aérea, o julgamento dos 40 “ladrões”, e por aí vai, os quais foram essenciais para polemitizar com intuito principal de desestruturar o governo. Mas o problema de Renan nunca foi deixado e hoje volta a todo vapor, com outras acusações. Por conseqüência o senado está se desmascarando - já era hora - e o povo se indigna.

O problema não é Renan Calheiros. Talvez seja apenas um, entre muitos políticos. A política brasileira foi criada num sistema egoísta, centralizado, e o pior de tudo, covarde. Hoje, político de sucesso vem de família. Visa primeiramente fins financeiros e sabe como fazer, pois o negócio está no sangue. Quem não for dessa laia tem que ser muito esperto para enganar os enganadores, e quem sabe um dia, com muito esforço, chutar os corruptos. Só que disso o povo não pode saber, senão cai nos ouvidos dos inescrupulosos e o plano vai por água abaixo. Cai porque o povo não tem o apoio da grande mídia. Esta que não se safa, pois suas mãos estão em meio ao público, mas sua cabeça está nos fins lucrativos. E para estes fins nada mais do que contar com a política golpista.

Jornalistas hoje são marionetes. Poucos dos que pensam por si próprios, atuam na pequena mídia, onde não existe recursos e apoios suficientes para serem bem vistos na massa.

Aqueles robôs do sistema estão lá, cobrindo o caso Renan, para nos “bem informar”, e o único que conseguimos é pensar mal do senado. Mas e antes, todos pensávamos bem da Casa? Toda essa implicação é novidade? Como se antes não existisse corrupção. Como se antes a mídia não distorcesse, não nos informasse por incompleto, ou não nos confundisse. Como se Calheiros fosse o único culpado. Pensando bem, acusar um político por corrupção não é uma boa fuga para os corruptos? Penso que sim. E para a mídia? É bom para nos entreter e assim não pensarmos concretamente.

Assuntos mais importantes mal são passados pela imprensa. A manifestação dos Sem-Mídia em frente ao prédio da Folha de São Paulo neste último sábado, por exemplo, pouco foi divulgada. A única nota publicada pela grande imprensa foi da própria Folha, porém uma notícia tão mesquinha que seguia de uma matéria “relevante” sobre o caso Renan. E como se não bastasse ser incompleta, foi distorcida. Nem para explicar o porquê do protesto. Engraçado, a mídia não pode falar dela mesma. Seu ar tem que ser puro, mas contamina os opositores da justiça social. Pessoas como Eduardo Guimarães, que organizou o manifesto contra a mídia, não tem espaço para falar. Quando conseguem falar, não são ouvidos. E você escuta? Vai fingir que não ouve? Esperamos que não!

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