"A harmonia é a linha de conduta da qual toda ação humana deve proceder" - Confúcio
"A suavidade de todas as coisas anula a dureza de todas as coisas" - Lao Tzu

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A Obra de Deus e seu público distraído


O Universo é perfeito, a Terra é maravilhosa, o Brasil é privilegiado, Balneário Camboriú é encantador.

Levo a atenção ao que tem de bom e de ruim. O que é ruim apenas observo e reflito, o que é bom me emociono harmonizando-me comigo mesmo, com a Vida.

Na beira do mar olho para longe, observo a ilha, as montanhas, o oceano que parece infinito. Então percebo um pequeno grupo de gaivotas voando, aventurando-se e se divertindo como um homem numa asa delta. As gaivotas vão e vêm, e o mais incrível é que nunca se separam umas das outras. Logo, pousam na beira do mar e começam banhar-se. É lindo, esplendido e tão natural.

No mesmo momento observo as pessoas que estão caminhando ou correndo na areia, passam ao lado das gaivotas e nem sequer as percebem. Noto também que estes indivíduos olham para todos os lados que possuem prédios, carros e pessoas, mas não para onde possui água, pássaros, nuvens e montanhas.

Depois comento com álguem sobre as gaivotas que admirei, porém, esta pessoa, brincando, mas ignorando meu comentário, pergunta o que eu havia tomado neste dia para ter feito isso. Bom, apenas me calei, dando liberdade e respeito para sua ignorância. Eu poderia ter falado que tomei muita água de Deus, por isso sei quem sou e do que sou capaz.

Muitas pessoas falam demais palavras que não têm sentido para suas vidas, seu verdadeiro ser diante da Natureza.

Prefiro escutar a fantástica e mais perfeita orquestra dos pássaros, que possuem toda liberdade para voar acima da arrogância humana, e é por isso que eu os aplaudo e agradeço com meu coração!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Oferta para 2008 em diante!

Oferta à Deus!
Não é o dinheiro, um carro, uma casa, um ótimo emprego. Não é o material que fará crescer meu espírito. Não são contas pagas, uma linda esposa e muitos filhos. Não é quem está fora que encontrará Deus por mim. Não é deixar de comer por quarenta dias, ofertar mil reais e orar no monte. Pensando melhor, é isso tudo sim. Mas não somente isso.

Precisamos de um bom emprego para termos dinheiro a fim de suprirmos necessidades, termos um bom carro para nos transportar, uma boa casa para nos confortar. Isto é fundamental para termos condições de nos ordenar à Deus. Mas de nada adianta se procurarmos a glória de Dele nessas posses superficiais que tanto queremos, pois Ele não está nelas.

O jejum é correto para limparmos o sangue e suspendermos o ego. Mais correto ainda é nos alimentar conforme o que a natureza nos oferece de melhor. Produtos industrializados, manipulados e misturas de tudo quanto é tipo para embolar na digestão e sujar o sangue não são de Deus. São os produtos naturais ingeridos regularmente para termos um corpo saudável.

Um verdadeiro sacrifício é estudar sobre uma correta alimentação e nos proporcionar a fazê-lo o máximo possível para o bem do nosso corpo e espírito. Quem consegue vencer a gula a todo instante? É uma tarefa difícil, não cumprido pela maioria neste planeta, mas é um Ofício Sagrado.

Oramos para pedir e agradecer por tudo o que Deus pode nos dar, mas não é só subir no monte; é principalmente orar com toda força de vontade e fé, com todo o Amor que vem do coração, com muita humildade para se arrepender - inclinar o coração, mudar de atitude quando não está correto.

Amor: algo que todo mundo quer; todos gostam de dá-lo e recebê-lo, mas não são todos que cumprem estes desejos. Quando nos acostumamos somente com o materialismo, fica difícil eliminarmos o ego (luxúria, ira, orgulho, cobiça, inveja, gula, preguiça, etc.). Quem de nós consegue eliminar todos estes defeitos? Quem agüenta ser passivo e amoroso o tempo todo? Quem consegue abrir a mente para o desconhecido, derrubar seus próprios conceitos e erguer outros novos? Quem irá compreender e respeitar este ponto de vista quando não é o que pensam? Quem consegue não ser soberba em momento algum? Quem conseguir o máximo desses conquistará a humildade e será feliz, e a partir de então sua felicidade e sua glória só aumentará. Pois Deus não quer dinheiro, bens materiais que temos. Ele quer outro tipo de oferta: a nossa fé, nossa boa vontade, nossa compreensão, a eliminação do ego para renascermos diante Dele, a renúncia de nossos defeitos e más vontades, de nossos equívocos que interpretam erradamente palavras. Ele quer que escutemos o coração, a intuição. O que conquistarmos de Amor devemos passar para o próximo, afinal, todos queremos isto, pois isto é justiça divina. Este é o dízimo que Ele quer que paguemos e isto só depende de nossa consciência e não do que os outros falam.

Então, senhor Deus, meu Pai, ser do ‘Eu Sou’ e grande Providência Divina que aglomera todos os seres iluminados, hoje estou me propondo a seguir lutando contra os defeitos psicológicos, as más vontades que habitam dentro de mim e que me impedem de crescer física e espiritualmente. Irei cultivar o Amor, seguir meu coração, expandir minha consciência, e tudo isso com muita força de vontade e fé de que o Senhor irá me proporcionar o melhor para o meu crescimento. A conseqüência será a expansão e a doação dessa Luz de Amor a todas as pessoas necessitadas na Terra.

Esta é minha oferta, sendo meu principal compromisso para o ano de 2008 em diante. Esta será a prova e o caminho para despertar e prosperar diante do Senhor e do Cristo.

Amém!
Ofertem algo para 2008 também. Quanto antes melhor!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Tu és a Vida....

"Nasceste no lar que precisavas,
vestiste o corpo físico que merecias,
moras onde melhor Deus te proporcionou,
de acordo com teu adiantamento.
Possui recursos financeiros coerentes
com tuas necessidades,
nem mais, nem menos, mas o justo
para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste
espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes, amigos são almas
que atraístes, com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente
sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais,
buscas, expulsas, modificas tudo
aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontades são a chave
de teus atos e atitudes ...
São as fontes de atração e repulsão
na tua jornada - vivência.
Não reclames nem te faças de vítima
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograme tua meta, busque o Bem
E viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás
e fazer um novo começo, qualquer um
pode começar agora e fazer um novo fim."
Francisco Cândido Xavier

sábado, 1 de dezembro de 2007

Místico ou Religioso?

Não místico, nem religioso. Não fanático exibicionista, nem discreto ocultista.

Sou o que sou por dentro e me oriento pelo que vem de fora. Sou a imagem e semelhança de Deus, assim como vocês são; e o conhecimento da minha e sua Vida não vem da Igreja, nem do Centro Espírita, nem do Kardecismo, nem da Instituição Gnóstica, nem do Budismo, nem do Islamismo, nem da Hare Krishna, nem da Escola Esotérica, Mística, nem da Filosofia, muito menos da Escola e Universidade, ou seja lá quantas outras instituições, religiões e correntes filosóficas existentes.

Tenho aprendido muito e o que aprendi não vem de seres humanos racionais e intelectuais que ditam as regras. Eles só me orientam, fazem lembrar. Meu aprendizado vem de Deus: Ele está em mim, portando, o que aprendo vem do meu Ser, do meu coração.

Deus move minha vida, então Ele é o Universo. Ele é um Ser perfeito, por isso Está dentro de mim, e eu, fazendo parte Dele, estou dentro Dele.

Um dia eu era puro e vivia em harmonia com Deus, porém, por alguma razão, alguém pecou, manifestou o primeiro erro humano. Isto gerou um ciclo de defeitos que me acompanha até os dias atuais. Estes erros foram passados de geração em geração e me adormeceu, me deixando cego a Deus e assim me afastando Dele, me aprisionando na ignorância. Contudo, perante a trajetória de cada um, o destino é sempre e inquestionavelmente o mesmo: o reencontro com nosso Pai, que é a Verdade, a Vida e a Liberdade em suas infinitas formas e dimensões. Sei que já encontrei este caminho, agora, só me resta caminhar, junto com quem também quer estar nesta estrada.

Jesus disse que Ele é a Verdade e a Vida e ainda falou “conheceis a Verdade e Ela vos libertará”. Sim, Cristo veio nos salvar da ignorância que gera atrocidades, representando Deus como o filho Dele, encarnado num corpo humano para ensinar e mostrar como nós, também encarnados e filhos de Deus, somos capazes de ser o que Ele foi e ainda mais, afinal, ele disse: - Vós sois deuses.

Cristo morreu na cruz do calvário e, antes disso, clamou: - Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem.
O perdão é a chave para compartilhar o Amor incondicional.
Jesus morreu em corpo físico, mas seu espírito espalhou-se em nossos corações para nos servir proteção e crescimento.
Clamemos por Cristo, com toda nossa fé, então Ele virá para nos servir.
Clamemos também pelos outros Seres Celestiais, pois Eles cumpriram os ensinamentos deixados por Cristo, alcançaram Deus e hoje estão em nossos corações, ao lado do nosso querido amigo Jesus. Eles já receberam autoridade do Pai para nos servir.

Portanto, concluo, repetindo, que a Verdade da qual Cristo nos falou está dentro de nossos corações, pois Ele e o Universo estão dentro do nosso Ser, e todo o conhecimento que nos importa para evoluir vem de Deus.

Peço que não confunda o meu blog com misticismo, ou algo do tipo, por parecer entre estas cores; não confundam também com religiosidade, ou algo do tipo, por parecer diante destas palavras sobre Cristo e sobre Deus.

Vamos refletir e unir o que tem de verdadeiro em nossos corações, e não os que ditam regras incompreensíveis para seguirmos, e das quais seguimos cegamente, dizendo que a verdade é relativa e devemos acreditar em algo para tocar nossas vidas. Mas vamos sempre respeitar o Livre Arbítrio.

Abraços a todos!

“Obrigado Pai, por ter chegado até onde estou, e peço ainda mais crescimento e sabedoria para conquistar e espalhar o Amor entre as pessoas que eu convivo. Abrirei meu coração, andarei sobre seus pés e cumprirei minha missão de Ofício Sagrado.

Amém!”

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Tropa de Elite

O filme Tropa de Elite apresenta uma realidade do Rio de Janeiro, e também de outras partes do Brasil e do mundo. Uma realidade dura, cruel e triste que ataca todos os setores de nossa sociedade. Verdade esta que possui como causadoras comunidades urbanas do centro, grupos de pessoas das classes média e alta, que estão direta ou indiretamente envolvidas com a política e a economia. Outras pessoas que usam da sua riqueza para consumir drogas, assim financiando o tráfico, a violência e a desigualdade. As comunidades suburbanas, favelas que assumem o tráfico no Brasil, que roubam e matam, são apenas conseqüências de um sistema causador de tais atrocidades.
Sendo mais específico, o filme mostra como a polícia militar do Rio de Janeiro se comporta diante do seu dever, que é combater a violência e proteger o cidadão de bem, mas que acaba por se corromper e “negociar” com traficantes, e obter recursos financeiros através de corrupção. Porém, para isto existe também uma causa: muitos profissionais da polícia não são devidamente capacitados e não são bem pagos para que trabalhem com seriedade e dignidade. Os que se preocupam com justiça, não progridem e acabam tendo que entrar no sistema inescrupuloso da PM. Muitas vezes, os que tentam trabalhar dignamente, acabam sendo rebaixados.
Já o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) está acima da Polícia Militar, dando conta das operações mais complicadas e que envolvem os grandes “cabeças” do sistema do tráfico de drogas. Seu trabalho é honesto, e só entra para o BOPE quem provar que possui todas as qualidades de um policial justo, digno, forte e sério, passando por um curso que envolve muita violência e abuso, mas que exige muita persistência e caráter. Podemos duvidar de total seriedade desta polícia, porém, senão fosse ela, a Polícia Militar que não seria para combater e amenizar o tráfico que envolve o Rio. Não podemos dizer que estes Policiais Especiais são a solução do problema, mas que os que não deixam o problema se alastrarem. Mas esta é uma imagem passada pelo filme e, apesar de confiarmos nela, devemos ficar alertas para uma realidade diferente.
Tropa de Elite mostra, principalmente, o que acontece nos morros dominados pelos traficantes. José Padilha, seu produtor, após muita pesquisa, demonstra com clareza um “exército” que invade para combater e um “exército” que se move para se defender. Junto a isto, as pessoas inocentes que ficam entre os tiros e os cúmplices que entram sob tortura pelo BOPE para entregar seus “superiores”. Ainda se nota os jovens de classe média que saem de suas vidas seguras para entrar nas favelas em prol de um trabalho social, junto a organizações. Mas, muitas vezes, não reconhecem do que os chefões do tráfico são capazes para manterem seu sistema nos morros. Outros jovens se entregam para o vício, consomem drogas achando bonito, fazem amizade com os traficantes (que respeitam quem os respeita), e acabam comercializando drogas escondidos quando percebem que gera muito dinheiro. O interessante, porém absurdo, é que estes jovens, financiando e ajudando o tráfico, vão ainda participar de passeatas contra a violência, clamando pela paz.
Enfim, o filme Tropa de Elite apresenta com clareza estes fatos ilícitos que acontecem no Rio de Janeiro e certamente em outras partes do Brasil e do mundo. Podemos ver esta realidade até na linguagem expressa pelo filme. Todas estas atrocidades a maioria das pessoas já conheciam, mas o filme nos lembra e nos desperta com sua franqueza perante os fatos que nem sempre são pautados, enfatizados, investigados e denunciados pela mídia brasileira.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Algumas idéias

Devemos renunciar ao desenvolvimento tecnológico e científico?
Como Mario Sérgio Cunha Alencastro e Ademar Heemann disseram em seu texto A Emergência de uma Ética da Sobrevivência Planetária, “o desenvolvimento técnico e científico abriu possibilidades para um melhor conhecimento da natureza e melhores condições de vida humana...”.
Então, não há dúvidas que este desenvolvimento não deve ser renunciado pelo ser humano. Ao contrário, devemos aperfeiçoá-lo ainda mais. Sem tecnologia o ser humano não sobrevive e não evolui. A ciência é a arte que nos permite conhecer o meio em que vivemos e dominando-a poderemos nos proporcionar boas condições de vida, assim como fizemos até hoje.
O problema é que, junto com esta evolução para o bem estar, inconscientemente proporcionamos, provavelmente em maior escala, uma trágica evolução que afeta a natureza em todos os seus aspectos e nos desvia do bem estar físico e espiritual.
Por isso, mais do que nunca devemos priorizar a ética ambiental, ou seja, pensar e projetar estruturas tecnológicas que não afetam radicalmente o ecossistema.
Indo mais além, devemos, principalmente, dar importância em usar das nossas habilidades e de nossa tecnologia para uma preservação e regeneração ambiental.
Assim, necessitamos, a partir da racionalidade e do espiritualismo humano, educar uma sociedade que será a base para que tais idéias de preservação e regeneração entrem em vigor intensivamente em todo o planeta. Devemos conciliar a ética da vida com a ciência e a tecnologia.
"NÃO FAÇA AOS OUTROS O QUE NÃO QUERES QUE TE FAÇAM"
A natureza é a vida em suas mais diversas formas. Os metais, os vegetais, os animais e outros tantos elementos naturais que existem neste planeta possuem vida.
Toda matéria possui uma Essência, um espírito em determinado nível de evolução.
Por mais que não sintam dor e/ou que não pensem, agem instintivamente por conta de uma força não visível, que está ligada as Leis da Natureza.
Podemos notar isto quando observamos um pássaro buscando alimento para dar a seus filhotes.
Também quando passamos saber e raciocinar que tudo o que comemos é transformado em energia para o corpo, ou seja, na digestão são ocorridas transformações de energias entre os elementos dos quais somos constituídos.
Então, cada ser vivo possui sua função em relação a outro ser vivo, todos dependem de todos para sobreviverem (e isto vai de minerais até o homem).
Em tal ligação entre todos os elementos naturais que constituem o ambiente em que vivemos, inclusive nosso próprio corpo humano, acabamos sendo medíocres ao desprezar a importância de um animal ou um vegetal para nossas vidas.
O respeito é fundamental para vivermos em harmonia e a natureza só funciona corretamente se estivermos em comunhão com ela.
Então, da mesma maneira que cada um de nós não quer sofrer interferência em nossa vida enquanto ela funciona muito bem, a natureza (meio ambiente, animais e vegetais) não quer, também, sofrer interferência enquanto funciona com perfeição sob suas leis.
Afinal, ela possui energias das quais dependemos; e estas energias trabalham e evoluem para manter o ciclo da vida do bem comum no planeta.
Assim, devemos ter o compromisso de respeitar e compreender os seres vivos, dar o amor incondicional da mesma maneira que queremos receber para nosso bem estar, pois somos parte da natureza e necessitamos de um ambiente limpo e saudável para nossa sobrevivência.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Cadê a democracia?

Temos notado a luta que muitos políticos estão tendo para propor o direito de um terceiro mandato ao presidente da República. Por outro lado, podemos ver também a intensa luta para não deixar isto acontecer, nem se quer deixar as propostas virem a ser discutidas.
Depois falam em democracia. Mas o que é democracia? Cabe a reflexão para cada leitor.
Vou deixar claro meu ponto de vista.
A tentativa para um terceiro governo do atual presidente da República faz parte de uma boa democracia.
O direito de um presidente se reeleger quantas vezes quiser faz parte de uma ótima democracia.
Se Lula se reeleger, se vencer novamente vai ser por escolha do povo e não por escolha dele próprio. Ele deve, sim, ter o direito de tentar um terceiro governo, e muitos outros futuramente. Se o povo não quiser, é só não votar nele. Se o governo está indo bem, o povo tem o direito de poder reeleger seu atual presidente. Neste caso, cabe ao povo sempre escolher se o governo deve mudar ou não. Querem democracia melhor que isso?
Num país onde há tantos partidos políticos as estratégias para tomar o poder são muitas e perigosas. Só pensam em poder, mas não em autoridade, em liderança. Fazem de tudo para se curvarem da real democracia, e a principal desculpa esfarrapada para isso é que estão “lutando pela democracia do povo”. AHAHAH. Hipócritas covardes!!! E ingênuos ignorantes que caem em suas armadilhas!!!
Os corruptos fazem seus shows de barbaridades e o povo se admira, critica, mas só olha para frente, que é onde está a atração, e não olha para o chão que pisa na sua caminhada pela liberdade. Por isso esta sociedade acaba se espatifando em buracos negros e depois reclama dos problemas que a tem como principal causadora.
Vamos olhar para o chão, pois é onde as armadilhas estão sendo construídas pelos corruptos.
O atual governo deve, sim, possuir o direito de quantos mandatos quiser ter, desde que mereça. E se merecer, o povo que é quem vai confirmar!!!

sábado, 3 de novembro de 2007

A Sabedoria de Sócrates

Uma certa vez, um deus disse a Sócrates que ele era o homem mais sábio dos sábios. Mas Sócrates quiz saber porque o deus havia dito que ele era mais sábio daqueles que se diziam ser.

Quando conversou com um sábio, viu que o mesmo só suponha ser sábio, mas não é, pois pensa que sabe, mas não sabe nada, enquanto Sócrates, mesmo sabendo tão pouco, sabia que não sabia de nada.

Aí que percebeu sua grande sabedoria, algo que os ‘sábios’ não sabiam.

Reconhecer que não sabe é a base para começar a saber a verdade.

Passou a refletir isto com a mocidade, gente com a mente mais pura e aberta do que os já corrompidos pelo ego. Os jovens entendiam, admiravam e percebiam essas falsas sensações nos outros. Tentavam imitar Sócrates, conversando com eles e tentando fazê-los perceber o princípio de seus erros.

Mas eles não entendiam, nem tentavam entender e Sócrates foi ainda mais odiado, acusado de fazer lavagem cerebral nesta mocidade e, de certo, acusado de ser louco e ignorante.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A Grande Rebelião

Referência: WEOR, Samael Aun. A Grande Rebelião. 2º ed. São Paulo: Movimento Gnóstico Cristão Universal do Brasil da Nova Ordem, 1993.

Gnosis, a filosofia do conhecimento e da vida
Samael Aun Weor (1917 – 1977) é o nome espiritual de Victor Manoel Gomes Rodrigues, nascido em Bogotá, Colômbia. Suas inquietudes espirituais, desde cedo, o levaram a investigações profundas no campo da Psicologia, Antropologia, Ciência, Esoterismo prático e Cristianismo primitivo. Foi um escritor, doutrinador e professor do ocultismo. Aos dezessete anos começou a estudar Teosofia. Mais tarde, iniciou a reformulação dos conhecimentos apresentados pela Gnosis, escrevendo um novo tratado filosófico e constituindo a base do Gnosticismo Contemporâneo. Também fundou o Instituto Gnóstico de Antropologia e instituiu centros gnósticos em alguns países da América Latina e também a Associação Gnóstica para os Estudos Antropológicos, Culturais e Científicos (AGEAC). Em 1960, através do livro O Matrimônio Perfeito, iniciou o Movimento Gnóstico Cristão Universal, fundado no Brasil em 02 de Outubro de 1960, e que possui instituições e praticantes de seus princípios por muitos países. Até sua morte, Samael escreveu mais de cem obras traduzidas em diferentes idiomas. Segundo seus discípulos, além de haver praticado todos os princípios espirituais que ensinou, ele soube sintetizar a essência do budismo e do cristianismo, descodificou a ciência alquímica, rasgou os véus dos mistérios sexuais e abriu as portas da antropologia esotérica que revela o elo perdido para unificar e conciliar todas as culturas e civilizações do passado e do presente, do Oriente e do Ocidente.
No livro A Grande Rebelião, Samael Aun Weor trata da necessidade de expandirmos a consciência através de um conhecimento universal, também chamado Gnosis, ou Gnose. A princípio, ele escreve sobre o momento obscuro em que a humanidade está, da tremenda ignorância do homem que se encontra cada vez mais distante de Deus e do seu próprio ser. Samael explica que existem "pessoas" dentro de cada um de nós e que, estas, são nossos defeitos psicológicos que nos deixam infelizes e presos no mundo material e caótico. Ele também revela a nessecidade de, após nos auto-observarmos, despertarmos a Consciência para descobrirmos o Cristo e a Divina Mãe que existem dentro de nós, assim, eliminando nossos defeitos psicológicos e expandindo nossa consciência para podermos nos reencontrar com Deus. A Grande Rebelião foi escrito no ano de 1975 em uma linguagem atual, com argumentos claros e objetivos para que possamos entender os ensinamentos deixados por grandes filósofos e seres iluminados, especialmente pelo maior deles: Jesus Cristo. Algumas vezes, Samael cita Jesus, seus ensinamentos e a importância de interpretá-lo corretamente e segui-lo intensivamente. Também, em alguns momentos, utiliza parábolas, mas nada que não seja fácil de entender ou ao menos nos provocar profundas inquietudes espirituais.
Gnosis: um termo um tanto falado mas pouco compreendido. Um significado muito abrangente mas pouco conhecido pela maioria. O termo Gnosis, vem do grego e significa conhecimento. Em outras palavras, é o conhecimento universal, a sabedoria superior que domina toda a verdade sobre o Universo, a natureza, nossa vida, nossas existências, nosso ser e Deus. A Gnosis se apoia em quatro Pilares para se manifestar: a Ciência, a Arte, a Religião e a Filosofia. Hoje, este conhecimento é expresso pelos cristãos gnósticos, assim como sempre foi expresso em todos os tempos, mesmo através de outros nomes e formas. Este conhecimento é tão antigo quanto o Universo, pois é justamente o conhecimento das leis que O regem (onde tudo que existe está em constante transformação, porém, estas leis são imutáveis). Ninguém o descobriu, muito menos o criou, pois é a própria essência divina. Existe de fato e, apesar de hoje estarmos tão distantes desta sabedoria, um dia já foi de nosso domínio, pois é a Essência do ser humano. Alcides, instrutor da Instituição Gnóstica de Balneário Camboriú, explica:
Religião vem do latim Religare = ‘religar-se, tornar a ligar’. Assim, o objetivo das religiões, de todas, é tornar a ligar o homem à Deus; e se é necessário ‘religar’ o homem à Deus, nisto está implícito que, em algum momento da história da humanidade, o homem vivia mais próximo de Deus, e que acabou afastando-se.
É importante enfatizar que a Gnosis é apenas um termo usado para este conhecimento universal que está dentro de cada um de nós, adormecido. Ele só pode ser obtido através da comprovação prática. A Gnosis se apresenta, nos dias de hoje, não na forma de uma religião ou seita, mas sim através da Instituição Gnóstica fundada por Samael Aun Weor; não possui fins lucrativos (por ser uma lei universal, portanto, do direito de cada ser humano) e ensina a síntese de todas as religiões. Porém, esta síntese não foi criada pela instituição, ela existe e sempre existiu de fato. A Instituição Gnóstica não pode manipular a Gnosis, senão somente estudá-la, manifestá-la e instruir os interessados em despertá-la.
Dentro do próprio Cristianismo, há muito tempo, surgiu o Gnosticismo cristão. As escolas gnósticas começaram a aparecer dentro do Cristianismo e do neoplatonismo, muito antes mesmo de Jesus Cristo, mas ambos expulsaram o gnosticismo de seus princípios. James M. Robinson (2006, p. 18) cita:
O Gnosticismo cristão, conseqüentemente, emergiu como uma reafirmação, ainda que em termos diferentes, de postura original de transcendência que nos remete aos primórdios do Cristianismo. Esses cristãos gnósticos, certamente, consideravam-se a continuação fiel, sob circunstâncias variáveis, daquela postura que fez dos cristãos cristãos. Entretanto, o que chamamos “ainda que em termos diferentes” e “sob circunstâncias variáveis” implica divergências autênticas, sob as quais outros cristãos, de forma clara, consideravam o Gnosticismo uma traição à postura cristã original.
Os cristãos gnósticos, obviamente, praticavam o gnosticismo. Eles eram muito influenciados pelas idéias de Platão e principalmente de Jesus Cristo, que também para eles, este último veio para ser o salvador da humanidade. Porém, o Gnosticismo Cristão passou a utilizar uma linguagem diferente do Cristianismo tradicional para passar seu conhecimento. Isto implicou um preconceito aos cristão gnósticos, seja por má interpretação, seja por interesses políticos em função da oligarquia; e eles foram expulsos da corrente Cristã original. Os cristãos tradicionais chamavam os cristãos gnósticos de heréticos, porém, esta heresia parecia estar muito mais próximo daquilo que geralmente é visto como ortodoxo, ou seja, a busca e a fé por Deus. Robinson (2006, p. 19) cita um trecho do Apocalipse de Pedro, que apresenta Jesus criticando a corrente principal do Cristianismo:
Eles abrirão caminho em nome do homem morto, pensando que se tornarão puros. Mas eles se tornarão altamente corrompidos e cairão em nome do erro e nas mãos de um ser astuto e malevolente e de um dogma com várias ramificações, e serão governados hereticamente. Alguns deles irão blasfemar a verdade e proclamar o ensinamento do mal. E dirão coisas do mal uns contra os outros... Porém, muitos outros, que se opõem à verdade e são os mensageiros do erro, colocarão seus erros e suas leis contra estes meus pensamentos puros, como quem observa de uma única (perspectiva), pensando que o bem e o mal provêm de uma única (fonte). Eles se ocupam do meu mundo... E serão outros daqueles que são incontáveis e que chamam a si mesmos de bispos e também diáconos, como se tivessem recebido suas autoridades diretamente de Deus. Eles se curvarão diante do julgamento dos soberanos. Essas pessoas são canais secos.
Então, o gnosticismo sempre foi hermético, passado para aqueles que tinham interesse, pois tratava de um conhecimento na maioria das vezes incompreensível pelas pessoas. Com o tempo, a população foi aumentando e tendeu a ampliar sua situação caótica e ignorante em relação a Deus e ao próprio ser, principalmente pela repressão do Estado. Por isso, Jesus Cristo veio à Terra com o intuito de repor o povo de volta no caminho da Verdade, do Ser Supremo, do conhecimento universal. Seus ensinamentos, no aspecto mais profundo, foi passado para seus discípulos, que teriam o trabalho de repassar a mesma sabedoria para as gerações seguintes. No entanto, como o próprio Jesus previu, muitos de seus ensinamentos foram mal compreendidos, distorcidos, ignorados ou usados de forma repressiva e manipuladora. É interessante saber que muitas das escrituras sagradas foram destruídas pelo Estado ou mesmo pela Igreja; outras foram escondidas pelos discípulos desta sabedoria universal que, com o tempo, foram achadas; e estas escrituras reencontradas estão na biblioteca de Nag Hammadi, localizada no Egito. Os únicos testamentos publicados à escolha da Igreja e que é a principal fonte das religiões que existem, são justamente os que compõem a Bíblia.
Voltando aos tempos modernos, é fundamental admitirmos que vivemos num mundo em decomposição natural e espiritual. A maioria das pessoas são individualistas, egoístas, irônicas, tristes e/ou estressadas. Nossa alegria é temporária. Não possuímos a real liberdade e a constante felicidade. Samael Aun Weor (1993, p. 10) diz que “ninguém é feliz por estes tempos, e, menos ainda, a classe média: esta se encontra entre a espada e a parede.” Tudo se baseia em momentos e emoções descontroladas e passageiras. A vaidade nos domina, nos deixa luxuriosos e arrogantes. Samael (1993, p. 9) desabafa: “Parecemos verdadeiros pavões vaidosos com o traje que carregamos e com os sapatos muito brilhantes, ainda que por aqui, por ali e acolá circulem milhões de infelizes famintos, desnutridos, miseráveis.” Existem os drogados e os bandidos. No outro extremo, os cientistas, dogmáticos e fanáticos religiosos convencidos de sua sabedoria. Estes grandes intelectuais ditam as verdades; passado algum tempo, admitem que estavam errados e que agora existe um novo conceito. Logo mais repetem o mesmo ato. Estes grandes homens “sábios” deduzem a verdade e na maioria das vezes estão errados; o mais grave é que geralmente não consideram esta possibilidade. René Descartes (1596 – 1650) percebeu que nada podia ser absolutamente certo, pois os grandes doutos e nem mesmo os consideráveis filósofos eram convictos de suas afirmações. Por isso, ele resolveu fazer uma reforma em seus conceitos para encontrar verdades absolutas através da análise e da comprovação prática, assim como tem que ser adquirido a Gnosis. Podemos dizer, então, que Descartes se pôs no caminho certo para adquirir o conhecimento universal. A verdade é divergente entre as pessoas, porém, se é mesmo, então não podemos confiar em ninguém. No entanto, ao menos uma verdade é real: as pessoas não medem os pensamentos, nem as palavras e nem as atitudes. Não pensamos nas causas do presente, nem nas consequências do futuro. Se pensamos, pensamos errado. Somos ignorantes, preconceituosos e aborrecedores. O pior é que ainda ignoramos nossa ignorância. É como diz o rapper brasileiro Kamau, numa música chamada Época de Épicos: “Para ser palhaço nem precisa do nariz vermelho, é só fazer o que não sabe sem se olhar no espelho.” Criticamos sem saber e sem nos observar. O amor só é visto como paixão, e não como Essência Divina. O homem está preso nos cinco sentidos do corpo físico, que o empaca no materialismo e o faz esquecer do seu real objetivo por esta vida. Ao invés de procurarmos eliminar nossos defeitos, tratamos de alimentá-los ainda mais. Samael (1993, p. 49) adverte: “Em nome da verdade temos que afirmar solenemente que o pobre ‘animal intelectual’, equivocadamente chamado homem, ainda que se creia muito equilibrado, vive num desiquilíbrio psicológico completo.” Samael parece um tanto grosseiro em muitas de suas afirmações. Contudo, nos dias de hoje, é disto que a humanidade precisa, de um susto para acordar.
Nestes tempos modernos, a necessidade de despertarmos este conhecimento universal é extremo e único, pois, se não for dada a devida importância, seremos fatalmente afetados em todos os aspectos de nossa vida. A maioria das pessoas na Terra está nesta difícil situação. Por isso, devemos nos conscientizar para expandirmos este compromisso de acordarmos. A Gnosis é o que nos espera depois do sono e este conhecimento deve ser adquirido para buscarmos o equilíbrio entre o físico e o espírito. Como diz Samael (1993, p. 29) “a verdade é algo que deve ser experimentado em forma direta, como quando colocamos o dedo no fogo e nos queimamos, ou como quando engolimos água e nos afogamos.” E também “necessitamos auto-explorar-nos diretamente para autodescobrir-nos e nos conhecermos profundamente a nós mesmos.” Jesus disse: “Conhecei a verdade e ela vos fará livres.” Esta é a verdade que está “enlatada” em nosso ser. Ela é todas as respostas para o sentido de tudo em nossa vida. Então, é fundamental começarmos trabalhar para esta busca, sem precisar nos isolarmos da sociedade, tirando proveitos da nossa vida pessoal e profissional para aprendermos e evoluirmos, criarmos circunstâncias positivas para nós mesmos e para os outros. Devemos pensar além da vida material, dos cinco sentidos e do que desde pequenos nos foram impostos pelos adultos. Pensar por nós mesmos. O que os outros dizem nos serve de reflexão, mas a comprovação só pode ser adquirida por cada um através da experiência. Não importa se um é católico e o outro é evangélico. Se um é espírita e o outro é budista. O que importa é nos unirmos para aprendermos um com os outros. Necessitamos dar importância as nossas inquietudes espirituais para esclarecê-las. Só assim, vendo o que somos interiormente, descobriremos a porta da autêntica liberdade. É o que Krishna, Budha, Moisés, Davi, Salomão, João Batista, Joana D’arc, Sócrates, Platão, William Shakespeare, Beethoven, Mozart, Leonardo Da Vinci, Albert Einsten, e muitos outros, e claro, o mais exaltado de todos, Jesus Cristo, nos transmitiram. A essência de seus ensinamentos são a mesma: o conhecimento universal, a Gnosis, ainda que em termos diferentes. Só foram grandes artistas, cientistas, filósofos ou religiosos porque buscaram a verdade universal. Cristo já teria vindo com toda esta sabedoria, pois Ele é a Verdade e veio servir de exemplo de como o homem possui a capacidade de obter controle sobre si mesmo e a natureza, pois somos todos filhos de Deus. Por isso foi o maior líder de todos, o mais influente homem que serviu a humanidade. Segundo os gnósticos, Samael Aun Weor foi o último enviado desta era com o objetivo de nos passar o conhecimento da Verdade e a necessidade de adquirirmos Ela. Ele deixa claro sua mensagem em seu livro A Grande Rebelião. Devemos nos tornar íntimos de Cristo, deixar que Ele nos possua e nos liberte desta prisão psicológica manifestada por nosso ego que é a luxúria, a ira, o orgulho, a preguiça, a gula, a cobiça, a inveja, etc. Pois Ele (Cristo) representou a lei do Universo quando veio à Terra; e está no interior de cada um esperando que O clamem. Mas antes devemos nos auto-observar para compreendermos que estamos aprisionados pelos defeitos que compõem o Anti-Cristo; pois este ego nos afasta do Cristo interior; e necessitamos conhecê-Lo para acharmos o caminho da Verdade, como Ele nos disse, e para chegarmos até Deus, nosso Pai.
Indubitavelmente, assim como Samael Aun Weor explica em A Grande Rebelião, muitas pessoas não entenderão estas mensagens, não levarão a sério este compromisso ou acharão que nada está correto. Continuarão acomodados em sua medíocre vida. Pois, lerão o seu livro em um dia, sendo que Samael levou anos para escrevê-lo. Então, estes argumentos não serão compreendidos, ou serão retrucados; condenarão e/ou ignorarão estas verdades, assim como condenaram Jesus Cristo, retrucaram Samael ou ignoraram obras sobre este tema. Suas afirmações devem ser lidas, estudadas e experimentadas cautelosamente e gradativamente, para então podermos tirar quaisquer conclusões; e, por certo, tudo se tornará mais claro e compreensível em nossa eterna vida.


Referências de apoio:
ROBINSON, James M. A Biblioteca de Nag Hammadi. Madras Editora, 2006.
DESCARTES, René. Discurso do Método. Martins Fontes, São Paulo.
NOGUEIRA, Pablo. O Outro Judas. Galileu, Maio, 2006.
Alcides, instrutor gnóstico da Instituição Gnóstica de Balneário Camboriú, em entrevista realizada no dia 21 de Setembro de 2007.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Filosofia de Vida

Há pouco tempo, tive a sorte (que não é por acaso) de conhecer uma instituição que ensina a Gnosis, algo que nunca tinha ouvido falar, mas que a sobra de tempo me permitiu o interesse de saber do que se tratava. Indubitavelmente, foi um conhecimento que entrou em mim como se já fizesse parte de minha consciência, assim despertando algo que parecia estar adormecido em minha pessoa. Algo que acredito estar dentro de cada um, mas que é inperceptível pela maioria dos indivíduos. Inquestionavelmente, continuo despertando, e procuro dar continuidade sem me distrair. Algo que suponho ter adquirido por ser uma pessoa tão respeitosa, compreendedora e aberta ao desconhecido. Se eu já tivesse obtido muito dos valores impostos pela sociedade, tivesse sido criado de uma maneira que já teria pregado conceitos em minha cabeça, me faltando humildade e bom senso para mudá-los, provavelmente não teria mergulhado neste mar que revela a Essência do Ser, e que é temido e ignorado por muita gente que prefere o comodismo da vida superficial do que o mistério tão "sinistro" que daria verdadeira beleza e significado para sua existência. Mas, confesso que não é fácil esta busca, pois os erros estão presentes em todos os momentos e é preciso detectá-los, compreendê-los e superá-los, e isto nem sempre é feito.
Como acho este conhecimento muito importante, acima de qualquer outra àrea de nossa sociedade, estou trabalhando profundamente o assunto não só para minha pessoa, mas também para aquelas que mantenho contato e que se interessam, pois, esta porta que abriram para mim, quero deixar aberta para quem mais quiser entrar. Por isso, fiz uma pequena entrevista com o Alcides, instrutor da Instituição do Movimento Gnóstico Cristão Universal aqui de Balneário Camboriú, para esclarecer um pouco sobre o conhecimento gnóstico e sua relação em nossas vidas, que reproduzo ao longo deste post. Portanto, peço que leiam com atenção e com a mente limpa de quaisquer valores que façam vocês pensar que já tenham encontrado a razão e a verdade de todos os conceitos e inquietudes de suas vidas.
Segue a entrevista:
O que é Gnosis?
GNOSIS é um conhecimento universal, uma sabedoria superior que é tão antiga quanto o próprio homem ou mesmo o universo; e abarca os mistérios da natureza, da vida e da morte, do Cosmos e de nós mesmos. A Gnosis se apresenta nos dias de hoje não na forma de uma religião ou seita, mas de uma instituição sem fins lucrativos que ensina a SÍNTESE DE TODAS AS RELIGIÕES; porém a síntese não é o resultado de uma mistura, e nós não a criamos, ela existe de fato e sempre existiu; e provém da fonte à qual surgiram todas as formas religiosas da história.

É importante frisar que existe uma grande diferença entre a Gnosis e a Instituição Gnóstica; a “Gnosis” não nos pertence, não somos os seus detentores nem manipuladores, pois ela é de direito legítimo de todo ser humano. Isso porque a autêntica Gnosis não entra em nós – através de livros, conferências, etc. -, mas sim nasce em nós através da comprovação prática, da experiência direta e de um trabalho consciente e voluntário sobre nós mesmos com o intuito de superar-nos. Nós somente a expressamos nos dias de hoje, assim como sempre foi expressa em todos os tempos através de vários nomes e formas; e assim como na história sempre foi preciso que homens e mulheres de grande coragem e inquietudes espirituais acessassem esses mistérios, esse conhecimento universal para os passarem aos demais; nos dias de hoje temos o encontro com a Gnosis através do trabalho realizado pelo fundador das instituições gnósticas a nível internacional, sr. Samael Aun Weor.

Qual a origem da Gnosis?
O termo “GNOSIS” provém da Grécia e significa CONHECIMENTO; porém, também foi usado pelos romanos transformando-se em “NOSCERE”; e o vemos também antes na história, sendo usado na Índia Antiga como “JNANA ou GNANA” fazendo parte do GUPTA VIDYA (Conhecimento Secreto).

Isto quer dizer que a Gnosis é muito antiga, existe desde a criação do Universo. Em determinadas épocas e dentro de condições apropriadas ela vem à público, como aconteceu no Egito, na Grécia, entre os Astecas, Incas, Maias, etc. Em outras épocas a Gnosis é transmitida de forma hermética, fechada; de lábios à ouvidos, de mestre para discípulo. Só entregue a quem a procura muito e assim mesmo gradativamente, de acordo com o desenvolvimento do discípulo.

Nesta época, o conhecimento gnóstico está sendo entregue publicamente, à quem se interessar, sem nenhuma distinção e gratuitamente, em virtude do momento atual da humanidade; o qual de uma maneira geral, houve uma perda dos valores morais, éticos, reais e espirituais.

De que maneira a Filosofia se encaixa na Gnosis?
Todo este Conhecimento Universal (Gnosis) se baseia em quatro Pilares: Ciência, Arte, Religião e FILOSOFIA; e todo o conhecimento acessível ao homem se sustenta em algum desses quatro Pilares. Cada Pilar possui várias divisões e ramificações. Na arte, por exemplo, temos o teatro, a música, pintura, escultura, literatura, etc.; na Filosofia vemos as suas várias correntes e expressões, e o seu objetivo é estabelecer as relações entre o SER, o conhecimento e o objeto.

A Gnosis é como uma Filosofia perene e universal; a filosofia gnóstica em si mesma é reflexão evidente, uma função natural da consciência, e nos leva a desenvolver inquietudes espirituais, a questionar temas inerentes à existência, ao destino, à vida, à morte, ao que é o SER e ao que é o NÂO SER. Utiliza a lógica superior transcendental, a mesma que mencionam os filósofos Emanuel Kant em sua “Crítica da Razão Pura” e Pedro Ouspenski em seu livro “O Tertium Organum”.

Na concepção dos gnósticos, há diferença de filosofia entre os povos?
A esta Filosofia que mencionamos, assim como todos os quatro Pilares e a própria Gnosis, não há diferença entre os povos e através das épocas, pelo menos em suas Essências. O que existem, principalmente, são maneiras, formas de se expressarem, como uma roupagem; de acordo com a época, cultura e povos do planeta. Isto, desde que sejam criadas ou fundadas pelos verdadeiros e grandes filósofos, e que se mantenham – seus discípulos e estudiosos – fiéis à seus princípios e sua essência.

Segundo o estudo gnóstico, quem foram os principais grandes filósofos da história?
Foram todos aqueles que acessaram a fonte de todos esses conhecimentos e mistérios da vida e do Universo = A VERDADE. Não através de conhecimentos obtidos pelos cinco sentidos e gravados na memória, mas sim por meio da experiência direta do REAL, através do autoconhecimento e de um trabalho sobre si mesmo.

Houve muitos deles, mesmo que não tenham ficado conhecidos como filósofos, mas como iluminados, mestres, mahatmas, gurus, etc. ou que tenham ainda se desenvolvido em outras áreas como as Ciências (Astronomia, Matemática, Medicina, Física, etc.) ou as Artes de maneira geral. Todos eles encarnaram em suas vidas e em si mesmos esta filosofia de que falamos, e mesmo que seja difícil elaborar uma lista, podemos conhecê-los por suas obras que se tornaram invariavelmente atemporais.

O que a Instituição Gnóstica pensa sobre o conteúdo e da didática da Filosofia ensinada nas escolas e universidades?
O que se verifica hoje na Filosofia Contemporânea e também nos outros pilares é que além de estarem afastados uns dos outros – e em alguns lugares, até de seus princípios – baseiam geralmente suas convicções só no que captam através dos cinco sentidos sensoriais, formulando uma lógica e uma dialética meramente intelectiva.

É importante que se compreenda que o ser humano é dotado de grandes possibilidades, de faculdades latentes dentro de sua própria consciência e que são muito superiores aos sentidos comuns e à mente; porém, que podem se expressar pela mente.

O desenvolvimento deste lado atrofiado – por falta de atividade – de nosso próprio Ser, nos colocaria em contato com uma sabedoria superior, e nos dotaria de percepção extra-sensorial para captar os profundos e transcendentes significados das Obras dos grandes filósofos do passado. Quando não nos damos esta oportunidade, captamos somente uma parte da mensagem real que nos queriam brindar.

A Gnosis é o conhecimento verdadeiro, ou sabedoria Universal. Há relações entre esta filosofia e as religiões?
Sim, pois como foi colocado anteriormente, elas fazem parte das bases do Verdadeiro Conhecimento Universal; e a Verdadeira Religião, deve possuir em sua doutrina também a Ciência, a Arte e a Filosofia para ser completa; assim como a Filosofia para ser autêntica e para que atinja seus objetivos mais profundos no homem, deve estar aliada aos outros.

O que deu origem as religiões?
É interessante que primeiro se entenda qual o significado da palavra Religião. Religião vem do latim RELIGARE = “religar-se, tornar a ligar”. Assim, o objetivo das religiões, de todas, é tornar a ligar o homem a Deus; e se é necessário “religar” o homem à Deus, nisto está implícito que em algum momento da história da humanidade, o homem vivia mais próximo de Deus, e que acabou afastando-se.

Isto realmente aconteceu e está presente na crença de todas as grandes religiões e documentado através de seus livros sagrados como a TORÁH, o TALMUD, o ALCORÃO, A PISTHIS SOPHIA, o BHAGAVAD-GITA, o POPOL-VUH, etc. e na BÍBLIA através da expulsão de ADÃO e EVA do Paraíso.

Eles representam, na verdade, um período na história da humanidade em que todos os homens (representado por ADÂO) e todas as mulheres (representadas por EVA), viviam em comunhão com Deus e em equilíbrio total com sua criação, por terem ainda uma pureza e um nível de consciência/espiritualidade superior. Com o tempo, a humanidade começou a cometer erros, especialmente por dois motivos: a fascinação com as coisas materiais e a desobediência às leis da Criação, às leis de Deus. Ao cometer tantos erros, o homem criou dentro de si valores negativos, como uma segunda natureza, inferior ao SER, à CONSCIÊNCIA; são como defeitos de caráter ou defeitos psicológicos, a viva personificação de nossos erros e que habitam dentro de nossa INCINSCIÊNCIA, SUBCONSCIÊNCIA e INFRACONSCIÊNCIA.

Com isso o homem afastando-se através dos séculos cada vez mais de Deus e do real objetivo de sua existência, de NOSSA EXISTÊNCIA. Era preciso que fossem mandados ao mundo, de tempos em tempos, e nas mais diversas culturas e povos, homens evoluídos que nos mostrassem o real Caminho para o RELIGARE, como RAMA, KRISHNA, BUDHA, MOISÉS, NOÉ, DAVI, SALOMÃO, JOÃO BATISTA, CONFÚCIO, ANTÔNIO DE PÁDUA, LUTERO, JOANA D’ARC, ANNIE BESSANT, HELENA P. BLAVATSKI, SÓCRATES, PLATÃO, TALES DE MILETO, PITÁGORAS, ARQUIMEDES, GALILEU, LEONARDO DA VINCI, PARACELSO, HERMES TRISMEGISTO, CAGLIOSTRO, SAINT GERMAN, FULCANELLI, RAIMUNDO LÚLIO, NICOLAS FLAMEL, GOETHE, WILLIAN SHAKESPEARE, DANTE ALIGHIERI, RICHARD WAGNER, CARL GUSTAN JUNG, MOZART, BEETHOVEN, LISZT, STRAUSS, CHOPIN, entre muitos, muitos outros, e é claro, o mais exaltado de todos, JESUS CRISTO.

Muitos deles não fundaram religiões como é sabido, mas todos entenderam, conquistaram e ensinaram a Essência do RELIGARE em suas vidas.

Pode-se considerar que o conteúdo da Bíblia é uma filosofia, a mesma da Gnosis? Por quê?
Sim, pois se conseguimos captar todo o conhecimento que ali há, ele nos levará a refletir e a compreender tantos questionamentos que enfrentamos na vida, que tem a ver com a existência, o Ser, Deus; e se nos propomos a colocar em nossa vida, em nosso diário viver este conhecimento como uma Doutrina à seguir, logramos o objetivo mais exaltado da FILOSOFIA: A SABEDORIA, A PAZ, A UNIÃO TOTAL COM O SER, através do que chamamos ser a Revolução da Consciência.

O que o estudo gnóstico pensa sobre a interpretação da Bíblia pelas religiões?
Assim como a Bíblia, todos os livros sagrados das grandes Religiões foram escritos por pessoas com CONSCIÊNCIA DESPERTA, ILUMINADOS. A Consciência quando se encontra desperta, atuante no indivíduo, por si mesma é muito superior à mente sensorial, ou seja, à tudo aquilo que aprendemos somente através dos cinco sentidos sensoriais, e que formulamos como conceitos reais.

Portanto, é inconcebível pensar que extrairemos o conhecimento que há na Bíblia como nas obras dos Grandes Filósofos conhecidos, somente nos baseando na mente sensorial. A própria Bíblia nos fala que todos os seus autores a escreveram através de inspirações divinas, visões, aparições, etc.; nos fazendo referência à estados de consciência superiores; portanto, somente buscando desenvolver esses mesmos estados em nós é que poderíamos desvendar a VERDADE OCULTA nos ensinamentos da Bíblia.

Até então, somente extraímos uma parte do seu conteúdo, o IMANENTE, o SUPERFICIAL; mas é preciso que consigamos ir mais além, ao TRANSCENDENTE, deixar de lado os conceitos e dogmas e buscar fazer com que a consciência atue, a cada instante, a cada momento. E ela (a Bíblia), sendo a expressão do SER, sendo a VERDADE dentro de nós, conseguirá assim captar também a VERDADE que há fora de nós; e só assim compreenderemos na íntegra o que nos ensina a Bíblia, e o que nos ensina o CRISTIANISMO.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

O homem do Sol e o homem da Lua

O Humanóide está perdido na vida. Está sendo enganado por seus vícios que satisfazem sua vontade passageira e que depois o abandona, deixando um espaço vazio onde antes era alimentado com amor tudo aquilo que se tinha. Mas todo esse amor foi rejeitado pelo Humanóide, não que tenha sido sua culpa, mas talvez de todas as vontades falsas que lhe são atribuídas nesta vida, as quais ele segue a risca, se perdendo num labirinto onde a dúvida lhe consome e lhe enche de temor e insegurança. Este homem olha somente para a Lua, pois sua retina não arde no primeiro olhar e este corpo celeste é bonito para sua apreciação. Justamente por não precisar fazer esforço algum para olhar é que vai se apegar no comodismo; e a Lua vai ser para o resto de sua vida, aqui na Terra, sua única fonte que ilumina tão fracamente a escuridão e não dá cor radiante aos corpos.

É que o Humanóide não sabe que a Lua, seu mundo, tem uma luz falsa, pois não é fonte de nada, apenas reflete a luz real de um outro corpo autêntico e mais belo, mais forte e radiante, que ilumina e alimenta todas as verdades da vida. A Lua apenas imita, sem sucesso, uma beleza que dá vida às leis do Universo. Mas ela é falsa e maliciosa, pois manipula e controla, acomoda para depois rebaixar a moral das pessoas. Ela é egoísta, egocêntrica e covarde, e ainda assim persuade os mais fracos. Por isso o Humanóide, o fraco, é o homem da lua, o lunático.

O homem lunar recusa o Sol, não olha para ele, nem se quer faz algum esforço para enxergá-lo. Tudo porque a luz do Sol queima a retina do homem lunático que não se permite olhar por um instante, para então ver todo o resto que é abrangido por este Astro. Porque o homem lunar é fraco e acomodado, abraçado nas tentações que tanto o destrói sem que se perceba. Ele desdenha o homem solar. Mas na verdade, o que lhe falta são oportunidades de conhecer uma natureza fantástica que está sendo tão coberta por outros lunáticos.

O homem do Sol é aquele que um dia resolveu olhar para o Astro tão luminoso. Sua retina ardeu, mas o homem insistiu em conhecer aquele corpo tão belo e que ocultava algo que poderia ser ainda mais esplendido e, por certo, a fonte da luz que é o pai de toda cor. Seus olhos doeram muito, mas quando enxergou tudo o que antes não podia ver, entregou-se a tão espetacular mundo colorido, pois a beleza descoberta o trouxe uma sensação de prazer imenso, felicidade e disposição; e seus olhos, que antes estavam ardendo, agora estavam cheios de uma luz densa que se compõe de amor. O amor, fonte de tudo que lhe dá prazer sem fim, o fez olhar e enxergar todo o Sistema Solar, tudo o que é iluminado e tudo o que da forma ao Sol. Ele viu que a luz desta fonte tão incrível dá cor a todos os corpos e, por isso, ele fazia parte deste Astro. Também ficou sabendo que a luz do Sol é infinita, pois ela viaja expandindo o universo sem que nada a apague. Enfim, sua alegria eterna é sua gratidão.

Por fim, hoje, o homem solar conhece este universo, até onde sua vista alcança aqui da Terra e tem absoluta certeza de que nada pode ser mais real do que isto, pois tudo é tão claro e distinto. Ele conhece a si mesmo como uma pequena parte do Sol, mas com um consciente enorme, que cresce ainda mais e que é capaz de compreender o infinito e usufruí-lo com imenso prazer quando se tornar uma fonte de Luz tão forte quanto o Sol .

Contudo, o homem solar sentiu uma tristeza ao ver o lunático tão perdido e sofrendo. Foi tentar ajudar, mas o Humanóide não aceitou, riu do homem do sol e disse que não tinha razão de olhar para um astro que machucava tanto os olhos. Que toda a revelação que o homem solar teve não se passava de fruto da imaginação. O Humanóide ignorou e ironizou o homem do sol e continuou sua vida mesquinha e ofusca diante da escuridão.

O homem solar respeitou, se afastou mas continuou atento à um chamado. Pois o homem do sol nunca irá impor, mas sempre mostrar caminhos para o Humanóide, para que um dia, finalmente, o lunático aceite a estrada aberta e que, com um pequeno esforço de olhar para o Astro, percorra o caminho chegando até a fonte da luz eterna. Assim, é certo que, querendo ou não, o homem da Lua, tão logo ou tão tarde, um dia vai se mudar para o Sol.

sábado, 22 de setembro de 2007

ONU aprova a Declaração Universal dos Direitos Indígenas

No dia 13 de setembro de 2007 a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Indígenas com o voto afirmativo de 143 Nações, inclusive o nosso Brasil. No entanto, é preciso destacar que quatro países, EUA, Canadá, Nova Zelândia e Austrália foram contra, e 11 países entre os quais Colômbia, Nigéria, Quênia e Rússia se abstiveram.
Como afirmou o Secretário Geral da ONU, o Coreano Mr. Ban Ki-Moon após a aprovação: “Foi um triunfo dos Povos Indígenas de todo o Mundo”. Foram 22 anos de lutas dentro da ONU em Genebra e Nova Iorque, onde lideranças indígenas se mantiveram firmes na busca desse objetivo de reconhecimento da ONU de que os Povos Indígenas vivem, sobrevivem e querem ser tratados com dignidade diante de um mundo que precisa corrigir suas distorções e controvérsias, principalmente sobre uma relação sustentável com o meio ambiente e a necessidade de geração de investimentos onde os lucros não sejam apenas monetários, mas de uma vida com qualidade e soberania.Vale a pena destacar que as lideranças indígenas brasileiras também tiveram papel destacado na participação dos processos seja junto aos diplomatas e Embaixadores do Itamaraty ou nos conclaves internacionais indígenas com base no espírito da terra como bem comum e legado do grande Criador e suas riquezas naturais, culturais e espirituais e os conhecimentos tradicionais, espirituais e sagrados. Os articuladores indígenas salientam que as missões diplomáticas do Brasil em Genebra ou Nova Iorque junto a ONU se abriram devido à visão e sensibilidade de pessoas como Celso Lafer, Ronaldo Sardemberg, Celso Amorim, Maria Luiza Viotti, Antonio Pedro e suas equipes que compreenderam o papel de liderança de um País megadiverso como o Brasil, respaldado por quase 15% do território nacional como Terras Indígenas, 220 Povos e 180 línguas vivas.
Houve uma pausa entre o Grupo de Trabalho e a Assembléia Geral nos últimos seis meses quando os países africanos pediram vistas no processo de Declaração e diversos lideres indígenas se sentiram impotentes diante de argumentos jurídicos e políticos. Como nos ritos de passagens foi importante esse intervalo para que esses mesmos lideres indígenas voltassem a considerar que a força indígena como força da terra, é espiritual, força essa que o mundo do homem branco não conhece, nunca reconheceu e que fará falta na construção de novas etapas sócio-ambientais da modernidade e as mudanças climáticas.
Agora, após a celebração dessa vitória graças ao protagonismo indígena, o reconhecimento a coragem, a persistência e a dedicação de todos os lideres que exerceram algum papel nessa conquista como aqueles que primeiros chegaram na sede da ONU em Genebra, aqueles que escreveram a Declaração da Kari-Oca na Rio-92, aqueles que compuseram e compõem o Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, e irmãos brasileiros como Eliane Potiguara, Mirian Terena, Azelene Kaingang e Marcos Terena, que em diversos momentos souberam se articular e mostrar que os valores indígenas brasileiros nascem do coração da terra e do coração dos Ancestrais Indígenas, “caminhar em direção ao futuro, nos rastros de nossos antepassados!”
COMITÊ INTERTRIBAL - ITC

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Um convite aos parceiros e parceiras

A filosofia está presente em minha vida. Depois de um tempo sem ir nas aulas de Gnosis, pude novamente participar de uma hoje. Provavelmente vocês não conhecem esta escola, mas posso resumi-la, no máximo, chamando-a de Filosofia da Vida.
Podemos ver que a Filosofia ensinada nas escolas e universidades, no geral, tratam principalmente da filosofia de Platão, Sócrates, Aristóteles, Epicuro, enfim, filosofias que aprendemos e podemos aplicar em nossa vida. Ao nosso conhecimento limitado ainda podemos reparar que existem crenças e filosofias como o espiritismo, o budismo, Hare Krishna, etc., que buscam o conhecimento do ser baseando-se em técnicas de meditação, mantra, respiração, controle das emoções, da mente e do corpo. A partir destes, notamos os monges, os iogues e os faquires; pessoas que buscam o tal conhecimento e as técnicas que citei. Também sabemos que há tantas religiões, fundamentadas num único livro que é a Bíblia, mesmo que estas religiões se consideram distintas, talvez pelas várias formas de interpretação do livro sagrado que conta a história do maior líder da humanidade e o maior exemplo para nossa vida: Jesus Cristo.
Cautelosamente, afirmo que a Gnosis observa estas filosofias e ainda vai além, buscando o conhecimento verdadeiro, a sabedoria Universal, a partir do auto-conhecimento. Que esta escola do conhecimento da vida raciocína e relaciona todas as filosofias e religiões que são divididas, concluindo que o principal propósito, busca, entre elas é o mesmo. Que elas têm, sim, este ponto em comum que é a fé, de compreender a Deus e a Santíssima Trindade, ainda que muitas pessoas não entendam tal relação.
Admito que acabo aqui minha explicação muito verosímil sobre esta filosofia de vida, a fim de não ser mal entendido - se é que não fui ainda - pois não é a ocasião correta para entrar em discussões mais profundas, delicadas e provocantes. Não quero contestar a crença de ninguém, ao contrário, quero compreendê-la. A Gnosis não contesta, muito menos critíca e condena os religiosos, apenas observa, estuda e experimenta para comprovar. Ela usa da lógica e da prática para encontrar a razão. E é por isso que confio neste estudo analítico, pois penso que devemos considerar todos, e a partir de todos buscar um conhecimento que comprova a existência da nossa essência, através do experimento, pois só podemos confirmar quando comprovamos pessoalmente.
Hoje, então, saí da aula de Gnosis repleto de felicidade, num prazer imenso pela vida, pelas pessoas e pela luta por uma sociedade cada vez melhor. Cheguei em casa e não pude evitar de registrar, no meu blog, meu contentamento e a decisão que tomei. Por isso, antes de expandir minhas explicações sobre esta filosofia, o que seria impossível por falta de experiência, vou aprender ainda mais, despertar minha consciência, experimentar tudo o que for possível e reforçar meus argumentos, para em nenhum momento equivocar-me diante dos meus parceiros de vida. Reconheço que me falta muito conhecimento e sabedoria. Falta observar e corrigir meus defeitos e enganos que tanto me impedem de crescer. Vou primeiramente procurar e encontrar o melhor método para fazer isso. Vocês são meus irmãos e por isso não quero seguir sozinho. Quero estar ao lado de cada um para caminharmos juntos, compartilhando ensinamentos e aprendizados, corrigindo erros e aplicando novidades, para então evoluirmos.
Assim, inicio minha busca pela verdade e pela extrema felicidade irreversíveis, convidando todos a virem juntos, e aceitando seus convites para conhecer também seus caminhos e suas crenças. Mas lembrem-se, todos temos a capacidade de mudar o que já nos foi imposto, assim como temos o livre-arbítrio.
É isso, com Deus no coração, conto com vocês!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Jornalismo para uma sociedade melhor

Meu professor de sociologia, Magru, acredita que o blog é o princípio da volta do jornalismo argumentativo, ou seja, de opinião. Ele também sempre aconselha seus alunos a criarem blogues e a começarem, desde já, construir textos sobre assuntos que lhes interessem.
Particularmente, concordo com ele. Dizem que o jornalismo já foi totalmente opinativo, e de uns tempos para cá, com a profissionalização, começou a se tornar cada vez mais técnico. Na teoria, se diz que hoje o jornalista é um profissional neutro, isento, possuindo nada mais que o dever de repassar informações sobre fatos para o público, assim sendo apenas um intermediário. Ora, se realmente fosse assim, certamente eu não estaria cursando jornalismo. Mas pensando bem, é assim mesmo, na teoria, porém, na prática é diferente. Magru diz que é impossível o homem ser parcial. A subjetividade está presente em todos os momentos de cada ser humano.
Claro que podemos notar muitos meios de comunicação onde não percebemos argumentos próprios dos jornalistas nas leituras. Mas o simples fato de selecionar as matérias que irão ser publicadas já é feito por interesse próprio de um ou mais profissionais, ou mesmo da empresa. Muito raro algum meio que não possua tendência para um lado que lhe interessa. Também é, provavelmente, impossível algum meio comunicativo publicar todas as informações que o público precisa e todos os pontos de vista de todos os lados.
Acredito no poder do jornalista em obter conhecimento. Tendo em mãos o dever de conhecer a verdade, e o cumprindo, com um certo bom senso ele terá como conseqüencia um grande nível de sabedoria, sendo por certo, um dos cidadãos mais bem instruídos para analisar e buscar os melhores caminhos para uma sociedade, com o papel de se informar, investigar, analisar para então informar, denunciar e guiar, sempre se considerando, claro, parte da sociedade e ajudado por ela.
Assim, penso que o jornalista deve ser parcial, porém sério e correto. Que ele deve tender sempre para o lado mais justo, visando a democracia e ao mesmo tempo realizando um trabalho pluralista, ou seja, deixando em observação todos os lados, justamente para a sociedade ter um acompanhamento das análises proporcionadas pelo profissional. Desse modo, o jornalismo pede ajuda a comunidade para que todos entrem num senso comum de instrução, atravéz do estudo de todos os raciocínios.
Concluo que, não basta termos em mente esta idéia, temos que aplicá-la na vida real, neste capitalismo que todos aceitam. Temos que lutar, como for preciso, partindo dos métodos mais pacíficos e corretos, sem desistirmos e sem nos equivocarmos. Temos que despertar a consciência da ética e da moral que reside em cada um de nós. Assim, a idéia de socialismo mudará para os desesperançosos, quando notarem que este nada mais é do que priorizar a sociedade através da democracia e da justiça. Continuaremos com o mais rico e o mais pobre, no entanto, numa desigualdade mínima. Mas o interesse pelo capital não poderá ser priorizado em detrimento dos cidadãos se quisermos realmente uma sociedade melhor.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Eles só implicam pra nos complicar!

Hoje me dispus a refletir um pouco sobre o caso Renan. Ora, este assunto por incrível que pareça está perdurando até hoje na mídia e na política, e por mais comum que seja só vemos enrolação. Até que no começo me atrevi a acompanhar. Logo, percebi que era só perda de tempo, pois não se obtinha nada de concreto sobre o que acontecia. Pelo menos foi possível ver quem eram os senadores tão insensatos. Considero como única virtude do que acompanhei: comprovei, olhando para aqueles velhos e pobres de espírito, o porquê de tanta atrocidade política. No entanto, não olhei só para eles. A grande mídia também foi, por definitivo, condenada por mim quando passei a prestar atenção no que nos explicava sobre o caso. Agora não importa mais. Só prestarei atenção no que for de positivo por um país melhor. Apoiarei as boas negociações do governo. A positividade toma conta, mesmo que tenha que condenar os mal-intencionados. Mas vai ser difícil, pois nossa grande imprensa não destaca o que é de positivo para o Brasil e de maneira geral, não ficamos sabendo o que é relevante para o crescimento da sociedade brasileira. Se continuarmos no negativismo da “roubalheira”, a bola de neve irá só aumentar.

Meses e meses se passaram, e Calheiros foi um escolhido para ser o problema do Brasil. Como houve, sim, outros destaques importantes da mídia como o acidente da TAM, a crise aérea, o julgamento dos 40 “ladrões”, e por aí vai, os quais foram essenciais para polemitizar com intuito principal de desestruturar o governo. Mas o problema de Renan nunca foi deixado e hoje volta a todo vapor, com outras acusações. Por conseqüência o senado está se desmascarando - já era hora - e o povo se indigna.

O problema não é Renan Calheiros. Talvez seja apenas um, entre muitos políticos. A política brasileira foi criada num sistema egoísta, centralizado, e o pior de tudo, covarde. Hoje, político de sucesso vem de família. Visa primeiramente fins financeiros e sabe como fazer, pois o negócio está no sangue. Quem não for dessa laia tem que ser muito esperto para enganar os enganadores, e quem sabe um dia, com muito esforço, chutar os corruptos. Só que disso o povo não pode saber, senão cai nos ouvidos dos inescrupulosos e o plano vai por água abaixo. Cai porque o povo não tem o apoio da grande mídia. Esta que não se safa, pois suas mãos estão em meio ao público, mas sua cabeça está nos fins lucrativos. E para estes fins nada mais do que contar com a política golpista.

Jornalistas hoje são marionetes. Poucos dos que pensam por si próprios, atuam na pequena mídia, onde não existe recursos e apoios suficientes para serem bem vistos na massa.

Aqueles robôs do sistema estão lá, cobrindo o caso Renan, para nos “bem informar”, e o único que conseguimos é pensar mal do senado. Mas e antes, todos pensávamos bem da Casa? Toda essa implicação é novidade? Como se antes não existisse corrupção. Como se antes a mídia não distorcesse, não nos informasse por incompleto, ou não nos confundisse. Como se Calheiros fosse o único culpado. Pensando bem, acusar um político por corrupção não é uma boa fuga para os corruptos? Penso que sim. E para a mídia? É bom para nos entreter e assim não pensarmos concretamente.

Assuntos mais importantes mal são passados pela imprensa. A manifestação dos Sem-Mídia em frente ao prédio da Folha de São Paulo neste último sábado, por exemplo, pouco foi divulgada. A única nota publicada pela grande imprensa foi da própria Folha, porém uma notícia tão mesquinha que seguia de uma matéria “relevante” sobre o caso Renan. E como se não bastasse ser incompleta, foi distorcida. Nem para explicar o porquê do protesto. Engraçado, a mídia não pode falar dela mesma. Seu ar tem que ser puro, mas contamina os opositores da justiça social. Pessoas como Eduardo Guimarães, que organizou o manifesto contra a mídia, não tem espaço para falar. Quando conseguem falar, não são ouvidos. E você escuta? Vai fingir que não ouve? Esperamos que não!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Poesia da liberdade

“As palavras que partem pela força de um ser
São palavras que ficam na gana de viver
Se ocultam pra que não atinjam nosso peito
Pois verdades são os riscos que provocam desrespeito

A história é privilégio, graça de quem vê
Pois futuros são passados, lembranças no rever
Que a Besta não morreu e os chefões estão à solta
Nos cegando e nos mandando, nos vestindo até a roupa

Porém, livre é a consciência que se orgulha do que é seu
De quem sabe que a vontade é a bondade do seu Deus
E gritos são berrados, desabafos libertados
Lutando, unindo gentes, sem temer sermos amados

Para apenas o viver com a beleza da igualdade
Que harmoniza a natureza e só traz felicidade
E os covardes que se escondem vão fazer de miras
A prova que condena as suas próprias mentiras.”
Leonardo N.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Por um jornalismo sério e pluralista

Manifestação que será realizada no dia 15/09, em frente ao prédio da Folha de São Paulo, protesta a favor de um jornalismo pluralista e sério. O Movimento dos Sem-mídia, criado por Eduardo Guimarães, irá se oficializar no dia do manifesto, depois de ser lido o texto abaixo produzido pelo próprio para a empresa Folha de São Paulo. O movimento conta com a participação de aproximadamente 100 pessoas para comparecerem na manifestação e outras centenas que apoiam e assinam o manifesto mesmo que virtualmente de todos os cantos do país. Toda a organização foi produzida no blog do Guimarães http://edu.guim.blog.uol.com.br

Confesso que meu objetivo em publicar este post se espelha na importância de acordarmos - se é que você está dormindo - e lutarmos por um Brasil justo e democrático, o qual não ocorre principalmente pela intervenção da mídia na sociedade que visa primeiramente os interesses econômicos de uma minoria egoísta. A passividade tem que ser abolida, pois os meios de comunicação têm mais poderes que qualquer outra autoridade nomeada, por mais que esteja no topo da liderança social.


Manifesto dos Sem-Mídia
Vivemos um tempo em que a informação se tornou tão vital para o homem que passou a integrar o arcabouço de seus direitos fundamentais. Defender a boa qualidade da informação, pois, é defender um dos mais importantes direitos fundamentais do homem. É por isso que estamos aqui hoje. No transcurso do século XX, novas tecnologias geraram o que se convencionou chamar de mídia, isto é, o conjunto de meios de comunicação em suas variadas manifestações, tais como a secular imprensa escrita, o rádio, o cinema, a televisão e, mais recentemente, a internet. Essa mídia, por suas características intrínsecas e por suas ações extrínsecas, tornou-se componente fundamental da estrutura social, formada que é por meios de comunicação de massa.
Em todas as partes do mundo - mas, sobretudo, em países continentais como o nosso -, quem tem como falar para as massas controla um poder que, vigendo a democracia, equipara-se aos Poderes constituídos da República. E, vez por outra, até os suplanta. Essa realidade pode ser constatada pela simples análise da história de regiões como a América Latina, em que o poder dos meios de comunicação logrou eleger e derrubar governos, aprovar leis ou impedir sua aprovação, bem como moldar costumes e valores das sociedades. Contudo, há fartura de provas de que, freqüentemente, esse descomunal poder não foi usado em benefício da maioria.

Não se nega, de maneira alguma, que as mídias, sobretudo a imprensa escrita, foram bem usadas em momentos-chave da história, como nos estertores da ditadura militar brasileira, quando a pressão (tardia) de parte dessa imprensa ajudou a pôr fim à opressão de nossa sociedade pelo regime dos generais. Todavia, é impossível ignorar que a ditadura foi imposta ao país graças, também, à mesma imprensa que hoje vocifera seus neo pendores democráticos, nascidos depois que sua recusa pretérita de aceitar governos eleitos legitimamente atirou o país naquela ditadura de mais de vinte anos.
O lado perverso da mídia também se deve, por contraditório que possa parecer, à sua natureza privada, uma natureza que também é - ou deveria ser - uma de suas virtudes. Nas mãos do Estado, a mídia seria uma aberração, mas quando é pautada exclusivamente por interesses privados, seu lado obscuro emerge tanto quanto ocorreria na primeira hipótese, pois um poder dessa magnitude acaba sendo usado por diminutos grupos de interesse. Nas duas situações, quem sai perdendo é a coletividade, pois o interesse de poucos acaba se sobrepondo ao de todos.
A submissão da mídia ao poder do dinheiro é um fato, não uma suposição. Os meios de comunicação privados nada mais são do que empresas que visam lucro e, como tais, sujeitam-se a interesses que, em grande parte das vezes, não são os da coletividade, mas os de grandes e poderosos grupos econômicos. Estes, pelo poder que têm de remunerar o “idealismo” que lhes convêm, cada vez mais vão fazendo surgir jornalistas dispostos a produzir o que os patrões requerem, e o que requerem, via de regra, é o mesmo que aqueles grupos econômicos, o que deixa a sociedade desprotegida diante da voracidade daqueles que podem (?) esmagar divergências simplesmente ignorando-as.
É nesse ponto que jornalistas e seus patrões contraem uma união estável com facções políticas e ideológicas que não passam de braços dos interesses da iniciativa privada, dos grandes capitais nacionais e transnacionais, do topo da pirâmide social. E a maioria da sociedade fica órfã, indefesa diante do poder dos de cima de alardearem seus pontos de vista como se falassem em nome de todos.
Agora mesmo, na crise que vive o Senado Federal, vemos os meios de comunicação alardearem uma suposta "indignação nacional" com o presidente daquela Casa. Esses meios dizem que essa indignação é "da opinião pública", apesar de que a maioria dos brasileiros certamente está pouco se lixando para a queda de braço entre o presidente do Congresso e a mídia. Nesse processo, a "indignação" de meia dúzia de barões da mídia é apresentada como se fosse a "da opinião pública".
O poder que a mídia tem - ou pensa que tem - é tão grande, que ela ousa insultar a ampla maioria dos brasileiros, maioria que elegeu o atual governo. A mídia insulta a maioria dizendo que esta tomou a decisão eleitoral que tomou porque é composta por "ignorantes" que se vendem por "bolsas-esmola". Retoma, assim, os fundamentos do voto censitário, que vigeu no alvorecer da República, quando, para votar, o cidadão precisava ter um determinado nível de renda e de instrução. E o pior, é que a teoria midiática para explicar por que a maioria da sociedade não acompanhou a decisão eleitoral dos barões da mídia, esconde a existência de cidadãos como estes que aqui estão, que não pertencem a partidos, não recebem "bolsas-esmola" e que, assim mesmo, não aceitam que a mídia tente paralisar um governo eleito por maioria tão expressiva criando crises depois de crises.

É óbvio que a mídia sempre dirá que suas tendências e pontos de vista coincidem com o melhor interesse do conjunto da sociedade. Dirá isso através da confortável premissa (para os beneficiários preferenciais do status quo vigente) de que as dores que a prevalência dos interesses dos estratos superiores da pirâmide social causa aos estratos inferiores, permitirão a estes, algum dia, ingressarem no jardim das delícias daqueles. É a boa e velha teoria do “bolo” que precisa primeiro crescer para depois ser dividido.

Os meios de comunicação sempre tomaram partido nos embates políticos. Demonizam políticos e partidos que grupos de interesses políticos e econômicos desaprovam e, quando não endeusam, protegem os políticos que aqueles grupos aprovam. Isso está acontecendo hoje em relação ao governo federal e à sua base de apoio parlamentar, por um lado, e em relação à oposição a esse governo e a seus governos estaduais e municipais, por outro. Resumindo: a mídia ataca o governo central em benefício de seus opositores.
Os meios de comunicação se defendem dizendo que atacam o governo central também porque ele nada faz de diferente - ou de melhor - do que fazia a facção política que governava antes, e diz, ainda por cima, que o atual governo produz "mais corrupção". Alguns veículos, mais ousados, acrescentam que os que hoje governam favorecem mais o capital do que seus antecessores. Outros veículos, mais dissimulados, ainda adotam um discurso quase socialista ao criticarem os lucros dos bancos e o cumprimento dos contratos que o governo garante. A mídia chega a fazer crer que apoiaria esse governo se ele fizesse despencar a lucratividade do sistema bancário e se rompesse contratos. Faz isso em contraposição ao que dizia dos políticos que agora estão no poder, porém no tempo em que estavam na oposição, ou seja, dizia que não poderiam chegar ao poder porque, lá chegando, descumpririam contratos e prejudicariam o sistema bancário...
A mídia brasileira garante que é “isenta”, que não é pautada por ideologias ou por interesses privados, e que trata os atuais governantes do país como tratou os anteriores. Não é verdade. Bastaria que nos debruçássemos sobre os jornais da época em que os que hoje se opõem ao governo federal estavam no poder e comparássemos aqueles jornais com os de hoje. Veríamos, então, como é enorme a diferença de tratamento. Nunca a oposição ao governo federal foi tão criticada pela mídia quanto na época em que os que hoje estão no governo, estavam na oposição; nunca o governo foi tão defendido pela mídia quanto era na época em que os que hoje estão na oposição, estavam no governo.
Não é preciso recorrer a registros históricos para comprovar como os pesos e medidas da mídia diferem de acordo com a facção política que ocupa o poder. Basta, por exemplo, comparar a forma como os jornais paulistas cobrem o governo do Estado de São Paulo com a forma como cobrem o governo do país.
A mesma facção política governa São Paulo há mais de uma década. Nesse período, o Estado foi tomado pelo crime organizado. A Saúde pública permanece - ou se consolida - como um verdadeiro caos, apesar das novas tecnologias e da enorme quantidade de recursos que transitam por São Paulo. A Educação pública permanece como uma das piores do país a despeito da pujança econômica paulista. Assim, começaram a eclodir desastres nunca vistos na locomotiva do Brasil que é São Paulo.
Ano passado, uma organização criminosa aterrorizou este Estado. Essa organização nasceu e se fortaleceu dentro dos presídios controlados pelo governo paulista. A Febem, destinada a recuperar jovens criminosos, consolidou-se como escola de crimes, e as prisões para adultos alcançaram o status de faculdades do crime. No início deste ano, uma rua inteira ruiu por causa de uma obra da linha quatro do metrô paulistano, administrado pelo governo paulista. Várias pessoas morreram. Foi apenas mais um entre muitos outros acidentes que ocorreram nas obras do metrô de São Paulo e a mídia não noticia nada disso, o que lhe deixa escandalosamente óbvio o intuito de proteger o grupo político que governa o Estado mais rico da Federação e que se opõe ferozmente ao governo federal.
A mídia exige CPIs para cada suspeita que a oposição levanta sobre o governo federal, mas não diz uma palavra de todos os escândalos envolvendo o governo de São Paulo. Omite-se quanto à violação dos direitos das minorias parlamentares na Assembléia Legislativa paulista, violação perpetrada pelas maiorias governistas, maiorias que nos últimos anos enterraram dezenas de pedidos de investigação do governo paulista, controlado por políticos que estão entre os que mais exigem investigações sobre o governo federal.

Seria possível passar dias escrevendo sobre tudo o que a imprensa paulista deveria cobrar do governo do Estado de São Paulo, mas não cobra. Ler um jornal impresso em São Paulo ou assistir a um telejornal produzido aqui só serve para tomar conhecimento do que faz de ruim - ou do que a mídia diz que faz de ruim - o governo federal. Dificilmente se encontra informações sobre o governo paulista, e críticas, muito menos. O desastre causado pela obra da linha quatro do metrô paulistano, por exemplo, foi coberto pela mídia, mas por pouco tempo - questão de dias. Depois, o assunto desapareceu do noticiário e nunca mais voltou. Dali em diante, a mídia passou a esconder e a impedir qualquer aprofundamento no caso, fazendo com que a sociedade permaneça sem satisfação quase nove meses depois da tragédia. Mas o "caos aéreo" não sai da mídia um só dia já há quase um ano.
Assim é com tudo que diga respeito a políticos e partidos dos quais a imprensa paulista gosta. E o mesmo se reproduz pelo país inteiro. A mídia carioca, a mídia baiana, a mídia gaúcha, as mídias de todas as partes do país fazem o mesmo que a paulista, pois todas são uma só, obedecem aos mesmos interesses, controladas que são por um número ridiculamente pequeno de famílias "tradicionais", por uma oligarquia que domina a comunicação no Brasil desde sempre.
O lado mais perverso desse processo é o de a mídia calar divergências. Cidadãos como estes que assinam este manifesto são tratados pelos grandes meios de comunicação como se não existissem. São os sem-mídia, somos nós que ora manifestamos nosso inconformismo. Muito dificilmente é dado espaço pela mídia para que quem pensa como nós possa criticar o seletivo moralismo midiático ou as facções políticas amigas dos barões da mídia. A quase totalidade dos espaços midiáticos é reservada àqueles que concordam com os grandes meios de comunicação. Jornalistas que ousam discordar, são postos na "geladeira". A mídia impõe uma censura branca ao país. Isso tem que parar.

Claro precisa ficar que os cidadãos que assinam este manifesto não pretendem, de forma alguma, calar a mídia. Os que qualificam qualquer crítica a ela como tentativa de calá-la, agem com má-fé. É o contrário, o que nos move. O que pedimos é que a mídia fale ou escreva muito mais, pois queremos que fale ou escreva tudo o que interessa a todos e não só aquilo que lhe interessa particularmente e àqueles que estão ao seu lado, pois a mídia tem lado, sim, apesar de dizer que não tem, e esse lado não é o de todos e nem, muito menos, o da maioria.
Mais do que um direito, fiscalizar governos, difundir idéias e ideologias, é obrigação da mídia. Assim sendo, os signatários deste manifesto em nada se opõem a que essa mesma mídia critique governo nenhum, facção política nenhuma, ideologia de qualquer espécie. O que nos indigna, o que nos causa engulhos, o que nos afronta a consciência, o que nos usurpa o direito de cidadãos, é a seletividade do moralismo político midiático, é o sufocamento da divergência, é o soterramento ideológico de corações e mentes.
Por tudo isso, os signatários deste manifesto, fartos de uma conduta dos meios de comunicação que viola o próprio Estado de Direito, vieram até a frente desse jornal dizer o que ele e seus congêneres teimam em ignorar. Viemos dizer que existimos, que todos têm direito de ter espaço para seus pontos de vista, pois a mídia privada também se alimenta de recursos públicos, da publicidade oficial, e, assim sendo, tem obrigação de não usar os amplos espaços de que dispõe como se deles proprietária fosse. Seu papel, seu dever é o de reproduzir os diversos matizes políticos e ideológicos, de forma que o conjunto da sociedade possa tomar suas decisões de posse de todos os fatos e matizes opinativos.
Em prol desse objetivo, hoje está sendo fundado o Movimento dos Sem-Mídia. Trata-se de um movimento que não está cansado de nada, pois mal começou a lutar pelo direito humano à informação correta, fiel, honesta e plural. Aqui, hoje, começamos a lutar pelo direito de todos os segmentos da sociedade de terem como expor suas razões, opiniões e anseios e de receberem informações em lugar desse monstrengo híbrido - gerado pela promiscuidade entre a notícia e a opinião - que a mídia afirma ser "jornalismo".
São Paulo, 15 de setembro de 2007