"A harmonia é a linha de conduta da qual toda ação humana deve proceder" - Confúcio
"A suavidade de todas as coisas anula a dureza de todas as coisas" - Lao Tzu

sábado, 24 de outubro de 2009

Quebrando conceitos

Em que mundo que eu vivo no qual tenho que fazer o que os outros fazem? Que mundo que eu moro onde tudo se baseia no que foi dito e no que dizem os estudiosos do intelectualismo e da razão? Que mundo é esse que me ensina a fazer tudo pelo cárcere da terceira dimensão e nada pela quarta e nem pela quinta?

Esse é um mundo de conceitos e
pré-conceitos. Tudo se move pela teoria. Estudam que viemos da evolução biológica do macaco. Outros falam tanto do big-bang mas nada do que era antes. Muitos lêem os quatro evangelhos e os ditam na ponta da língua, de forma literal, repetem a mesma palavra morta sem que suas consciências adormecidas avivem cada letra.

Não tenho mais nada a ver com isso desde o dia que parei de complicar com minha vida. Agora, depois do profundo sono, o que me resta é me levantar para caminhar livremente sobre a terra firme, entre as rochas estáticas, entre as flores perfumadas e os passarinhos músicos e guia
s da natureza. Mas digo: para caminhar é preciso muita vontade, humildade e muito amor por nós mesmos.

Para que devo ter um papel carimbado confirmando que já passei pela universidade? Para que devo falar tanto para mostrar que já me saturei de teorias? Por que devo arranjar o emprego mais moralizado para ser importante entre os materialistas esquecidos de si mesmos? Por que ganhar muito dinheiro como se isso me auto-relizasse, me fizesse lembrar de quem sou e da minha missão no universo?

A vida tem que ser simples. O ofício entre o homem deve ser uma missão pessoal e depois coletiva. Nossas faculdades devem ser as de dentro despertas e desenvolvidas, as que compõem a plenitude do nosso Ser. Nosso diploma, nossa assinatura de confirmação de especialidade deve ser a nossa própria energia qualificada sendo aplicada em prol de um objetivo maior e universal.

Temos toda arte dentro de nosso profundo interior, todo conhecimento intrínseco ao nosso Ser, todo exercício e aprendizado sujeitos a nossa força de vontade consciente.

Se tudo for feito com amor tudo pode dar certo. E o amor não sujeita o medo. Temos que exercer os dons divinos de nosso Ser e nos suster com isso em meio à sociedade. Assim também levaremos nossa felicidade e nossos ensinamentos ao mundo. A partir dessa mudança interior, dessa quebra dos próprios conceitos pré-estabelecidos é que podemos realmente mudar o mundo. E quem não mudar um dia não chegará nem aos nossos pés para nos fazer algum mal.

A vida neste plano físico não está só na terceira dimensão, o mundo está também na quarta.

Aprendamos a enxergar e viver na quarta. Não é fugir da realidade, pois a quarta compõe todo o plano físico.

Façamos as coisas do coração sem medo e sem nos preocupar com os frutos. Participar no crescimento da árvore e em cada nova célula é o melhor e mais produtivo. Fazer com alegria é ser próspero em todos os sentidos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um arrependimento

Minha mãe, meu pai! Não quero mais sentir essa dor no peito, este sangue subindo feito fogo desordenado no meio de um vendaval. Não quero esse sofrimento aqui dentro cada vez que alguém demonstra sua intolerância, ingenuidade e ignorância. Cada momento que o outro erra e não vê, nem sequer escuta ou reflete, e me sobe essa intolerância, não quero mais sentir isso.

Minha mãe, meu pai! Não quero mais essa causa, esse orgulho e essa ira de querer fazê-los enxergar o que não querem ver, de querer explicar o que não podem entender, de justificar o que não é da nossa conta. Não quero pretender ter poderes, ter dons superiores, nem pretender mostrar tudo que sei ou apontar e mudar o erro dos outros. Não quero mais satisfazer o meu ego quando alguém implica, pois não preciso replicar e discutir, arrancar forçadamente a razão do outro não é para o meu crescimento e para a nossa integração.

Minha mãe, meu pai! Vou dizer o que eu quero. Quero paz, alegria e humildade em todos os momentos. Não importa se alguém está errando e insiste na cegueira, pois a justiça está dentro de mim, entre vocês. Já sou observador de nosso interior e quero compreensão nos momentos difíceis, e eliminação do que não quero mais para a minha cura energética.

Quero a humildade e sabedoria para poder agir, e vontade para agir. Quero soberania no reino do nosso coração, e domínio sobre o que penso. Que os mortos se enterrem, mas não quero morrer, quero nascer e crescer num mundo onde tudo que mais importa somos nós. Neste mundo onde estou agora quero apenas ser. Ser a humildade, ser a sabedoria, ser os poderes, ser a verdade. Quero não precisar mostrar, mas apenas ser o que sou, com amor e respeito, cautela e discernimento, e é sendo assim que serei o verdadeiro aluno da vida, o exemplo para os néscios, e o professor para os redimidos.

Quero a naturalidade e fluidez sobre meu corpo e minha mente, e com esse espírito de vontade é que seremos nós, meu pai, minha mãe e eu, o filho, o cristo, a compreensão e o caminho, a criação, um só!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A criança


Como é bela a criança. Ela acorda e sorri, levanta e brinca. Às vezes se azeda, mas como é fácil fazê-la rir e correr novamente.

A criança chega e pede para brincar. O que para ela é brincar para os adultos é ironizar. O adulto xinga e exige ordem, e a criança ouve, teme e obedece e não sabe porque tem medo.

Mesmo assim a criança não guarda rancor nem mágoa, apenas não entende atitude tão estranha dos adultos, e logo continua pulando e sorrindo.

A criança é espontânea, não pensa antes de fazer, faz o que sente e nem sequer pensa antes de sentir, apenas sente o que faz bem para o seu espírito em tal momento.

E o seu espírito quer brincar, imitar, inventar, e sem deixar ninguém de fora da sua brincadeira. Seu espírito é puro, não é egoísta. Porém vêm os impacientes adultos e impõe regras, proibições e chantagens, sem explicações que a criança entenda, e o espírito desta não reage, porém se retrai e já não é mais a mesma que era antes e por isso vai custar para expandir novamente.

A criança é sábia. Quando menos esperamos ela desmente o pai na frente do outro com sua inocência e humildade. Ora vem com perguntas desconcertantes. Ora vem com respostas avassaladoras que nos põe a refletir.

A criança é forte, está livre de conceitos. Não é por ignorância, mas por auto-suficiência. Supera facilmente qualquer drama, e às vezes nem sequer se dramatiza. Ela é simples e simples como é a vida ela tolera e aceita tudo que vem e passa, porque ela se suste de sua própria alegria e inocência.

Repetindo, a espontaneidade da criança é sublime. Isto é, não teme o que o coração sente, não complica antes de dizer ou agir. Está pronta para brincar, está pronta para se entreter.

Ela não teme os estranhos, não tem pré-conceitos. Ela brinca com quem brincar com ela, e sorri para quem demonstrar um intento qualificado e humilde.

Não come tudo o que lhes põe no prato porque não precisa comer mais do que necessita; não obedece ao primeiro chamado porque não quer interromper o que está lhe deixando alegre e em paz. Custa aprender o que pode e o que não pode porque o que mais quer é brincar com alegria e liberdade, porque não entende dos limites da mente, só conhece a liberdade do coração. Liberdade é uma arena para a criatividade.

Não lhe interessa obedecer aos adultos, só quer ser livre e feliz, não importa se os adultos entendem ou não o que isso significa. Só quer brincar e brincando aprende e mais que o intelectual da turma da faculdade de medicina ou o dogmático da turma de teosofia.

A criança não se entristece não se deprime não se intimida. Ela cultua sua liberdade de ser feliz enquanto é pura, enquanto não se engana com os enganos da sociedade.

A criança é formidável. É linda, possui a pele macia, suave e lisa, os cabelos fortes e brilhosos, uma estrutura e aparência perfeita. Sua beleza exterior é um reflexo de suas virtudes, de sua pureza interior.

Ela cresce e aprende o que lhes fala e exemplifica. Se lhes exemplifica a ira, a maledicência, o orgulho, a vaidade, a mentira, a chantagem, a imposição, a tristeza, o sedentarismo, a glutonaria, é isso que será. Se lhes exemplifica o respeito, a paciência, a simplicidade, a humildade, a caridade, o desapego, o carinho, a saúde, o amor, e somente isso é isso que será.

A criança é uma fonte de ensinamentos preciosos para a liberdade de nossa alma humana e uma inspiração para a expressão da nossa alma divina.

Façamos um esforço para em um momento nos focar no coração e observar a criança em plena atividade do que ela realmente é.

Pais virtuosos sabem conservar a beleza nos seus filhos para toda a eternidade, ou até que com maturidade elas escolham seu caminho conforme seus valores adquiridos em suas vidas passadas.

Temos muito que aprender com a criança, e somente quando aprendermos muito é que teremos as condições ideais para ensiná-la a preservar suas virtudes até que seja adulta.