terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O tempo
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Convite à Felicidade
Mas não é feliz o homem!
Do Titanic aos superpetroleiros, do 14-Bis ao Concorde, do buscapé ao Saturno, do Sputinik ao Challenger, do monjolo às usinas nucleares, das cabanas ao World Trade Center, o rastro não é de felicidade.
Vencendo distâncias, pesos e espaços, aparelhos foram situados em órbita atmosférica, com capacidade para identificar, sem erro, os caracteres de uma placa de automóvel, em qualquer parte do planeta. Esses mesmos aparelhos, xarás da Lua, mas dela tão distantes na essência, prestam também benefícios, mas simultaneamente arvoram-se em fiscais mundiais, de tudo e de todos, ofertando pontaria certeira a guerreiros, em não menos de uma oportunidade.
A tecnologia não conseguiu evitar que até aqui mais se sessenta mil objetos perdidos (fragmentos metálicos ou sucatas de propulsores, foguetes e satélites) tornassem perigosíssimo o trânsito espacial.
Saindo das tribos e das vilas o homem foi para as megalópoles, nenhuma delas oferecendo paz e tranqüilidade aos seus milhões de habitantes.
Aperfeiçoando veículos, mercê de incrível poder de trabalho concentrado nos motores, o homem consegue deslocar-se com velocidades incompatíveis à sua estrutura orgânica. Supera tal óbice com acessórios adequados, mas é com essa mesma velocidade que passa pela pobreza, sem sequer divisa-la: não vê favelas, indigentes, famintos, desesperançados, não vê o próximo.
Não vê nem cadeias, nem vê escolas; não vê igrejas, nem hospitais...
Vê hospitais, sim, quando a Dor interrompe sua viagem; aí, entendendo que todo excesso, seja de velocidade ou de poder, é inconveniente, perseguina-se e promete aos Céus que vai mudar...
Tudo isso no macro.
Quanto ao micro, não temos melhores fotos do que a realidade:
- a Informática, de potencial quase inconcebível à maioria das pessoas, incluindo seus próprios usuários, consegue colocar todo conteúdo da Enciclopédia em apenas um disquete; a velocidade de acesso dos computadores passa a ser medida em milissegundos; os dados armazenados são contados em gigabyte (giga = unidade multiplicada 10 vezes); o chamado “efeito morph” (técnica de distorção de imagens feita com um programa matemático que vai trocando os vários pontinhos de uma tela por outros, até transformas as figuras) deslumbra milhões de telespectadores, de novelas e de anúncios de publicidade – carro vira tigre, mulher vira tronco de árvore, menino vira macaco, etc.; renovando a tecnologia dos computadores. Os helogramas (imagem tridimencional, capturada por filme), com seu fantástico efeito visual, cujas imagens parecem mudar de lugar conforme o ângulo de visão do observador, fazem com que nosso cérebro quase desminta os olhos;
- a Química fina, verdadeira revolução no mundo industrial farmacológico, no pós II Guerra Mundial, substituiu o método extrativo por processos de síntese; com a diversidade de novas moléculas, produzidas industrialmente, novos fármacos (princípios ativos dos remédios) inundaram o mundo, mas sob domínio financeiro das grandes potências; remédios, essências e fluidos passaram a ser fabricados pelos grandes laboratórios, e, como o mundo sempre aumenta sua densidade demográfica, não faltam fregueses (doenças e doentes);
- a Biogenética, onde explodem as descobertas e os resultados da engenharia da vida. Área de maior interesse dos países desenvolvidos, já domina a sexagem de embriões e modifica a estrutura genética de seres vivos (animais, por enquanto...), para em seguida patentear o resultado – os chamados animais transgênicos; paralelamente, na agricultura, temos as sementes transgênicas, patenteadas, que já estão conferindo aos seus detentores incrível domínio sobre a produção de alimentos.
No entanto, os bois continuam dóceis e comendo capim; os cavalos, sob chibatadas públicas, puxando carroças, transportam cargas e pessoas, só comendo capim; cães, gatos e aves, com hábitos naturais modificados pela civilização dos seus donos, coercitiva e privacional por excelência, seguem suas vidas, uns felizes (será?), outros nem tanto.
Só o homem ainda não se convenceu de que a Natureza é mãe dos seres criados por Deus, homens e animais – por isso, todos têm lugar na Terra e direito à vida.
Deslembrando-se disso, o homem sofre amargores e dores.
Doenças julgadas banidas retornam em recidiva inquietante e mais potencializada; novas patologias mórbidas surgem, com exponenciabilidade para a AIDS, que informa morte cruel e próxima, fazendo com que milhares de famílias se vistam de luto e dor, antes mesmo de o ser amado desencarnar.
Ao avizinhar-se o terceiro milênio emerge o Evangelho de Jesus, sobressaindo dessa sombria paisagem terrestre, onde povos desenvolvidos respiram o mesmo ar de populações miseráveis, onde nunca foi tão marcante o contraste entre riqueza e miséria, onde inteligências notáveis convivem com preponderantes níveis intelectuais baixos. Qual farol permanentemente aceso, o Evangelho oferece segurança a todos os navegantes humanos no Mar da Vida.
Nenhuma naufragará, mantida a rota que a própria consciência indica e que esse bendito farol ilumina.
Jesus está no leme do grande barco que é o mundo.
A mensagem bíblica que noticiou sobre o dilúvio e Noé tem na atualidade especial significado para todos nós, convidando-nos a embarcar com o Mestre, em viagem tranqüila, rumo à nossa própria evolução espiritual.
Não custa nada cada um de nós ajudar ao menos um animal nessa viagem evolutiva.
Fica o convite.
Do livro Animais, Nossos Irmãos, de Eurípedes Kühl.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Saudades do que não tive
A imaginação é que faz a gente ter...ou melhor...Ser!
Num racha com o vento em cruzada nas coxilhas
Me aprumo sobre um potro penteando as flexilhas
Avisto plantações maduras ou ainda jovens
Que nos fazem esperar os sustentos que nos cobrem
Oh! Longas venturas que me banham em liberdade
Quando solto gritos esquecendo a vaidade
Vem chegando da saudade o fim de semana
E como feito pra vida a consciência proclama:
É hora de folgar a cama, preparar o mate
Pra aquecer os pensamentos e aflorar a minha arte
E me bater em trova onde a língua rola solta
Com parceiros de amizade e com sangue de revoltas
Te apresento este pago que por nada é vendido
E sim comprado pelo amor que é mantido
O Amor que é o abrigo de um mundo de esperança
Como num sorriso puro de um espírito criança
Que sabe apreciar os animais da flora
E com imaginação voa mundo a fora
Como a minha que agora está ativa
É um sonho verdadeiro que aviva mais a vida
Mas vem saudade que me acerta de surpresa
Quando noto minha presença nesta falsa natureza
Por que a cidade dá saudade do que não tive
Mas a imaginação aprecia o que vive
É onde anseio a existência da paz que falta ao mundo
Exemplando o que é vida e alegria em que me afundo
E é por ela que pelejo na obrigação da consciência
Impedindo que se plante neste pago a violência
Pois sei que nunca tive, mas sei, pois já estive
E um dia eu terei esta honra de ser livre.