"A harmonia é a linha de conduta da qual toda ação humana deve proceder" - Confúcio
"A suavidade de todas as coisas anula a dureza de todas as coisas" - Lao Tzu

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A Grande Rebelião

Referência: WEOR, Samael Aun. A Grande Rebelião. 2º ed. São Paulo: Movimento Gnóstico Cristão Universal do Brasil da Nova Ordem, 1993.

Gnosis, a filosofia do conhecimento e da vida
Samael Aun Weor (1917 – 1977) é o nome espiritual de Victor Manoel Gomes Rodrigues, nascido em Bogotá, Colômbia. Suas inquietudes espirituais, desde cedo, o levaram a investigações profundas no campo da Psicologia, Antropologia, Ciência, Esoterismo prático e Cristianismo primitivo. Foi um escritor, doutrinador e professor do ocultismo. Aos dezessete anos começou a estudar Teosofia. Mais tarde, iniciou a reformulação dos conhecimentos apresentados pela Gnosis, escrevendo um novo tratado filosófico e constituindo a base do Gnosticismo Contemporâneo. Também fundou o Instituto Gnóstico de Antropologia e instituiu centros gnósticos em alguns países da América Latina e também a Associação Gnóstica para os Estudos Antropológicos, Culturais e Científicos (AGEAC). Em 1960, através do livro O Matrimônio Perfeito, iniciou o Movimento Gnóstico Cristão Universal, fundado no Brasil em 02 de Outubro de 1960, e que possui instituições e praticantes de seus princípios por muitos países. Até sua morte, Samael escreveu mais de cem obras traduzidas em diferentes idiomas. Segundo seus discípulos, além de haver praticado todos os princípios espirituais que ensinou, ele soube sintetizar a essência do budismo e do cristianismo, descodificou a ciência alquímica, rasgou os véus dos mistérios sexuais e abriu as portas da antropologia esotérica que revela o elo perdido para unificar e conciliar todas as culturas e civilizações do passado e do presente, do Oriente e do Ocidente.
No livro A Grande Rebelião, Samael Aun Weor trata da necessidade de expandirmos a consciência através de um conhecimento universal, também chamado Gnosis, ou Gnose. A princípio, ele escreve sobre o momento obscuro em que a humanidade está, da tremenda ignorância do homem que se encontra cada vez mais distante de Deus e do seu próprio ser. Samael explica que existem "pessoas" dentro de cada um de nós e que, estas, são nossos defeitos psicológicos que nos deixam infelizes e presos no mundo material e caótico. Ele também revela a nessecidade de, após nos auto-observarmos, despertarmos a Consciência para descobrirmos o Cristo e a Divina Mãe que existem dentro de nós, assim, eliminando nossos defeitos psicológicos e expandindo nossa consciência para podermos nos reencontrar com Deus. A Grande Rebelião foi escrito no ano de 1975 em uma linguagem atual, com argumentos claros e objetivos para que possamos entender os ensinamentos deixados por grandes filósofos e seres iluminados, especialmente pelo maior deles: Jesus Cristo. Algumas vezes, Samael cita Jesus, seus ensinamentos e a importância de interpretá-lo corretamente e segui-lo intensivamente. Também, em alguns momentos, utiliza parábolas, mas nada que não seja fácil de entender ou ao menos nos provocar profundas inquietudes espirituais.
Gnosis: um termo um tanto falado mas pouco compreendido. Um significado muito abrangente mas pouco conhecido pela maioria. O termo Gnosis, vem do grego e significa conhecimento. Em outras palavras, é o conhecimento universal, a sabedoria superior que domina toda a verdade sobre o Universo, a natureza, nossa vida, nossas existências, nosso ser e Deus. A Gnosis se apoia em quatro Pilares para se manifestar: a Ciência, a Arte, a Religião e a Filosofia. Hoje, este conhecimento é expresso pelos cristãos gnósticos, assim como sempre foi expresso em todos os tempos, mesmo através de outros nomes e formas. Este conhecimento é tão antigo quanto o Universo, pois é justamente o conhecimento das leis que O regem (onde tudo que existe está em constante transformação, porém, estas leis são imutáveis). Ninguém o descobriu, muito menos o criou, pois é a própria essência divina. Existe de fato e, apesar de hoje estarmos tão distantes desta sabedoria, um dia já foi de nosso domínio, pois é a Essência do ser humano. Alcides, instrutor da Instituição Gnóstica de Balneário Camboriú, explica:
Religião vem do latim Religare = ‘religar-se, tornar a ligar’. Assim, o objetivo das religiões, de todas, é tornar a ligar o homem à Deus; e se é necessário ‘religar’ o homem à Deus, nisto está implícito que, em algum momento da história da humanidade, o homem vivia mais próximo de Deus, e que acabou afastando-se.
É importante enfatizar que a Gnosis é apenas um termo usado para este conhecimento universal que está dentro de cada um de nós, adormecido. Ele só pode ser obtido através da comprovação prática. A Gnosis se apresenta, nos dias de hoje, não na forma de uma religião ou seita, mas sim através da Instituição Gnóstica fundada por Samael Aun Weor; não possui fins lucrativos (por ser uma lei universal, portanto, do direito de cada ser humano) e ensina a síntese de todas as religiões. Porém, esta síntese não foi criada pela instituição, ela existe e sempre existiu de fato. A Instituição Gnóstica não pode manipular a Gnosis, senão somente estudá-la, manifestá-la e instruir os interessados em despertá-la.
Dentro do próprio Cristianismo, há muito tempo, surgiu o Gnosticismo cristão. As escolas gnósticas começaram a aparecer dentro do Cristianismo e do neoplatonismo, muito antes mesmo de Jesus Cristo, mas ambos expulsaram o gnosticismo de seus princípios. James M. Robinson (2006, p. 18) cita:
O Gnosticismo cristão, conseqüentemente, emergiu como uma reafirmação, ainda que em termos diferentes, de postura original de transcendência que nos remete aos primórdios do Cristianismo. Esses cristãos gnósticos, certamente, consideravam-se a continuação fiel, sob circunstâncias variáveis, daquela postura que fez dos cristãos cristãos. Entretanto, o que chamamos “ainda que em termos diferentes” e “sob circunstâncias variáveis” implica divergências autênticas, sob as quais outros cristãos, de forma clara, consideravam o Gnosticismo uma traição à postura cristã original.
Os cristãos gnósticos, obviamente, praticavam o gnosticismo. Eles eram muito influenciados pelas idéias de Platão e principalmente de Jesus Cristo, que também para eles, este último veio para ser o salvador da humanidade. Porém, o Gnosticismo Cristão passou a utilizar uma linguagem diferente do Cristianismo tradicional para passar seu conhecimento. Isto implicou um preconceito aos cristão gnósticos, seja por má interpretação, seja por interesses políticos em função da oligarquia; e eles foram expulsos da corrente Cristã original. Os cristãos tradicionais chamavam os cristãos gnósticos de heréticos, porém, esta heresia parecia estar muito mais próximo daquilo que geralmente é visto como ortodoxo, ou seja, a busca e a fé por Deus. Robinson (2006, p. 19) cita um trecho do Apocalipse de Pedro, que apresenta Jesus criticando a corrente principal do Cristianismo:
Eles abrirão caminho em nome do homem morto, pensando que se tornarão puros. Mas eles se tornarão altamente corrompidos e cairão em nome do erro e nas mãos de um ser astuto e malevolente e de um dogma com várias ramificações, e serão governados hereticamente. Alguns deles irão blasfemar a verdade e proclamar o ensinamento do mal. E dirão coisas do mal uns contra os outros... Porém, muitos outros, que se opõem à verdade e são os mensageiros do erro, colocarão seus erros e suas leis contra estes meus pensamentos puros, como quem observa de uma única (perspectiva), pensando que o bem e o mal provêm de uma única (fonte). Eles se ocupam do meu mundo... E serão outros daqueles que são incontáveis e que chamam a si mesmos de bispos e também diáconos, como se tivessem recebido suas autoridades diretamente de Deus. Eles se curvarão diante do julgamento dos soberanos. Essas pessoas são canais secos.
Então, o gnosticismo sempre foi hermético, passado para aqueles que tinham interesse, pois tratava de um conhecimento na maioria das vezes incompreensível pelas pessoas. Com o tempo, a população foi aumentando e tendeu a ampliar sua situação caótica e ignorante em relação a Deus e ao próprio ser, principalmente pela repressão do Estado. Por isso, Jesus Cristo veio à Terra com o intuito de repor o povo de volta no caminho da Verdade, do Ser Supremo, do conhecimento universal. Seus ensinamentos, no aspecto mais profundo, foi passado para seus discípulos, que teriam o trabalho de repassar a mesma sabedoria para as gerações seguintes. No entanto, como o próprio Jesus previu, muitos de seus ensinamentos foram mal compreendidos, distorcidos, ignorados ou usados de forma repressiva e manipuladora. É interessante saber que muitas das escrituras sagradas foram destruídas pelo Estado ou mesmo pela Igreja; outras foram escondidas pelos discípulos desta sabedoria universal que, com o tempo, foram achadas; e estas escrituras reencontradas estão na biblioteca de Nag Hammadi, localizada no Egito. Os únicos testamentos publicados à escolha da Igreja e que é a principal fonte das religiões que existem, são justamente os que compõem a Bíblia.
Voltando aos tempos modernos, é fundamental admitirmos que vivemos num mundo em decomposição natural e espiritual. A maioria das pessoas são individualistas, egoístas, irônicas, tristes e/ou estressadas. Nossa alegria é temporária. Não possuímos a real liberdade e a constante felicidade. Samael Aun Weor (1993, p. 10) diz que “ninguém é feliz por estes tempos, e, menos ainda, a classe média: esta se encontra entre a espada e a parede.” Tudo se baseia em momentos e emoções descontroladas e passageiras. A vaidade nos domina, nos deixa luxuriosos e arrogantes. Samael (1993, p. 9) desabafa: “Parecemos verdadeiros pavões vaidosos com o traje que carregamos e com os sapatos muito brilhantes, ainda que por aqui, por ali e acolá circulem milhões de infelizes famintos, desnutridos, miseráveis.” Existem os drogados e os bandidos. No outro extremo, os cientistas, dogmáticos e fanáticos religiosos convencidos de sua sabedoria. Estes grandes intelectuais ditam as verdades; passado algum tempo, admitem que estavam errados e que agora existe um novo conceito. Logo mais repetem o mesmo ato. Estes grandes homens “sábios” deduzem a verdade e na maioria das vezes estão errados; o mais grave é que geralmente não consideram esta possibilidade. René Descartes (1596 – 1650) percebeu que nada podia ser absolutamente certo, pois os grandes doutos e nem mesmo os consideráveis filósofos eram convictos de suas afirmações. Por isso, ele resolveu fazer uma reforma em seus conceitos para encontrar verdades absolutas através da análise e da comprovação prática, assim como tem que ser adquirido a Gnosis. Podemos dizer, então, que Descartes se pôs no caminho certo para adquirir o conhecimento universal. A verdade é divergente entre as pessoas, porém, se é mesmo, então não podemos confiar em ninguém. No entanto, ao menos uma verdade é real: as pessoas não medem os pensamentos, nem as palavras e nem as atitudes. Não pensamos nas causas do presente, nem nas consequências do futuro. Se pensamos, pensamos errado. Somos ignorantes, preconceituosos e aborrecedores. O pior é que ainda ignoramos nossa ignorância. É como diz o rapper brasileiro Kamau, numa música chamada Época de Épicos: “Para ser palhaço nem precisa do nariz vermelho, é só fazer o que não sabe sem se olhar no espelho.” Criticamos sem saber e sem nos observar. O amor só é visto como paixão, e não como Essência Divina. O homem está preso nos cinco sentidos do corpo físico, que o empaca no materialismo e o faz esquecer do seu real objetivo por esta vida. Ao invés de procurarmos eliminar nossos defeitos, tratamos de alimentá-los ainda mais. Samael (1993, p. 49) adverte: “Em nome da verdade temos que afirmar solenemente que o pobre ‘animal intelectual’, equivocadamente chamado homem, ainda que se creia muito equilibrado, vive num desiquilíbrio psicológico completo.” Samael parece um tanto grosseiro em muitas de suas afirmações. Contudo, nos dias de hoje, é disto que a humanidade precisa, de um susto para acordar.
Nestes tempos modernos, a necessidade de despertarmos este conhecimento universal é extremo e único, pois, se não for dada a devida importância, seremos fatalmente afetados em todos os aspectos de nossa vida. A maioria das pessoas na Terra está nesta difícil situação. Por isso, devemos nos conscientizar para expandirmos este compromisso de acordarmos. A Gnosis é o que nos espera depois do sono e este conhecimento deve ser adquirido para buscarmos o equilíbrio entre o físico e o espírito. Como diz Samael (1993, p. 29) “a verdade é algo que deve ser experimentado em forma direta, como quando colocamos o dedo no fogo e nos queimamos, ou como quando engolimos água e nos afogamos.” E também “necessitamos auto-explorar-nos diretamente para autodescobrir-nos e nos conhecermos profundamente a nós mesmos.” Jesus disse: “Conhecei a verdade e ela vos fará livres.” Esta é a verdade que está “enlatada” em nosso ser. Ela é todas as respostas para o sentido de tudo em nossa vida. Então, é fundamental começarmos trabalhar para esta busca, sem precisar nos isolarmos da sociedade, tirando proveitos da nossa vida pessoal e profissional para aprendermos e evoluirmos, criarmos circunstâncias positivas para nós mesmos e para os outros. Devemos pensar além da vida material, dos cinco sentidos e do que desde pequenos nos foram impostos pelos adultos. Pensar por nós mesmos. O que os outros dizem nos serve de reflexão, mas a comprovação só pode ser adquirida por cada um através da experiência. Não importa se um é católico e o outro é evangélico. Se um é espírita e o outro é budista. O que importa é nos unirmos para aprendermos um com os outros. Necessitamos dar importância as nossas inquietudes espirituais para esclarecê-las. Só assim, vendo o que somos interiormente, descobriremos a porta da autêntica liberdade. É o que Krishna, Budha, Moisés, Davi, Salomão, João Batista, Joana D’arc, Sócrates, Platão, William Shakespeare, Beethoven, Mozart, Leonardo Da Vinci, Albert Einsten, e muitos outros, e claro, o mais exaltado de todos, Jesus Cristo, nos transmitiram. A essência de seus ensinamentos são a mesma: o conhecimento universal, a Gnosis, ainda que em termos diferentes. Só foram grandes artistas, cientistas, filósofos ou religiosos porque buscaram a verdade universal. Cristo já teria vindo com toda esta sabedoria, pois Ele é a Verdade e veio servir de exemplo de como o homem possui a capacidade de obter controle sobre si mesmo e a natureza, pois somos todos filhos de Deus. Por isso foi o maior líder de todos, o mais influente homem que serviu a humanidade. Segundo os gnósticos, Samael Aun Weor foi o último enviado desta era com o objetivo de nos passar o conhecimento da Verdade e a necessidade de adquirirmos Ela. Ele deixa claro sua mensagem em seu livro A Grande Rebelião. Devemos nos tornar íntimos de Cristo, deixar que Ele nos possua e nos liberte desta prisão psicológica manifestada por nosso ego que é a luxúria, a ira, o orgulho, a preguiça, a gula, a cobiça, a inveja, etc. Pois Ele (Cristo) representou a lei do Universo quando veio à Terra; e está no interior de cada um esperando que O clamem. Mas antes devemos nos auto-observar para compreendermos que estamos aprisionados pelos defeitos que compõem o Anti-Cristo; pois este ego nos afasta do Cristo interior; e necessitamos conhecê-Lo para acharmos o caminho da Verdade, como Ele nos disse, e para chegarmos até Deus, nosso Pai.
Indubitavelmente, assim como Samael Aun Weor explica em A Grande Rebelião, muitas pessoas não entenderão estas mensagens, não levarão a sério este compromisso ou acharão que nada está correto. Continuarão acomodados em sua medíocre vida. Pois, lerão o seu livro em um dia, sendo que Samael levou anos para escrevê-lo. Então, estes argumentos não serão compreendidos, ou serão retrucados; condenarão e/ou ignorarão estas verdades, assim como condenaram Jesus Cristo, retrucaram Samael ou ignoraram obras sobre este tema. Suas afirmações devem ser lidas, estudadas e experimentadas cautelosamente e gradativamente, para então podermos tirar quaisquer conclusões; e, por certo, tudo se tornará mais claro e compreensível em nossa eterna vida.


Referências de apoio:
ROBINSON, James M. A Biblioteca de Nag Hammadi. Madras Editora, 2006.
DESCARTES, René. Discurso do Método. Martins Fontes, São Paulo.
NOGUEIRA, Pablo. O Outro Judas. Galileu, Maio, 2006.
Alcides, instrutor gnóstico da Instituição Gnóstica de Balneário Camboriú, em entrevista realizada no dia 21 de Setembro de 2007.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Filosofia de Vida

Há pouco tempo, tive a sorte (que não é por acaso) de conhecer uma instituição que ensina a Gnosis, algo que nunca tinha ouvido falar, mas que a sobra de tempo me permitiu o interesse de saber do que se tratava. Indubitavelmente, foi um conhecimento que entrou em mim como se já fizesse parte de minha consciência, assim despertando algo que parecia estar adormecido em minha pessoa. Algo que acredito estar dentro de cada um, mas que é inperceptível pela maioria dos indivíduos. Inquestionavelmente, continuo despertando, e procuro dar continuidade sem me distrair. Algo que suponho ter adquirido por ser uma pessoa tão respeitosa, compreendedora e aberta ao desconhecido. Se eu já tivesse obtido muito dos valores impostos pela sociedade, tivesse sido criado de uma maneira que já teria pregado conceitos em minha cabeça, me faltando humildade e bom senso para mudá-los, provavelmente não teria mergulhado neste mar que revela a Essência do Ser, e que é temido e ignorado por muita gente que prefere o comodismo da vida superficial do que o mistério tão "sinistro" que daria verdadeira beleza e significado para sua existência. Mas, confesso que não é fácil esta busca, pois os erros estão presentes em todos os momentos e é preciso detectá-los, compreendê-los e superá-los, e isto nem sempre é feito.
Como acho este conhecimento muito importante, acima de qualquer outra àrea de nossa sociedade, estou trabalhando profundamente o assunto não só para minha pessoa, mas também para aquelas que mantenho contato e que se interessam, pois, esta porta que abriram para mim, quero deixar aberta para quem mais quiser entrar. Por isso, fiz uma pequena entrevista com o Alcides, instrutor da Instituição do Movimento Gnóstico Cristão Universal aqui de Balneário Camboriú, para esclarecer um pouco sobre o conhecimento gnóstico e sua relação em nossas vidas, que reproduzo ao longo deste post. Portanto, peço que leiam com atenção e com a mente limpa de quaisquer valores que façam vocês pensar que já tenham encontrado a razão e a verdade de todos os conceitos e inquietudes de suas vidas.
Segue a entrevista:
O que é Gnosis?
GNOSIS é um conhecimento universal, uma sabedoria superior que é tão antiga quanto o próprio homem ou mesmo o universo; e abarca os mistérios da natureza, da vida e da morte, do Cosmos e de nós mesmos. A Gnosis se apresenta nos dias de hoje não na forma de uma religião ou seita, mas de uma instituição sem fins lucrativos que ensina a SÍNTESE DE TODAS AS RELIGIÕES; porém a síntese não é o resultado de uma mistura, e nós não a criamos, ela existe de fato e sempre existiu; e provém da fonte à qual surgiram todas as formas religiosas da história.

É importante frisar que existe uma grande diferença entre a Gnosis e a Instituição Gnóstica; a “Gnosis” não nos pertence, não somos os seus detentores nem manipuladores, pois ela é de direito legítimo de todo ser humano. Isso porque a autêntica Gnosis não entra em nós – através de livros, conferências, etc. -, mas sim nasce em nós através da comprovação prática, da experiência direta e de um trabalho consciente e voluntário sobre nós mesmos com o intuito de superar-nos. Nós somente a expressamos nos dias de hoje, assim como sempre foi expressa em todos os tempos através de vários nomes e formas; e assim como na história sempre foi preciso que homens e mulheres de grande coragem e inquietudes espirituais acessassem esses mistérios, esse conhecimento universal para os passarem aos demais; nos dias de hoje temos o encontro com a Gnosis através do trabalho realizado pelo fundador das instituições gnósticas a nível internacional, sr. Samael Aun Weor.

Qual a origem da Gnosis?
O termo “GNOSIS” provém da Grécia e significa CONHECIMENTO; porém, também foi usado pelos romanos transformando-se em “NOSCERE”; e o vemos também antes na história, sendo usado na Índia Antiga como “JNANA ou GNANA” fazendo parte do GUPTA VIDYA (Conhecimento Secreto).

Isto quer dizer que a Gnosis é muito antiga, existe desde a criação do Universo. Em determinadas épocas e dentro de condições apropriadas ela vem à público, como aconteceu no Egito, na Grécia, entre os Astecas, Incas, Maias, etc. Em outras épocas a Gnosis é transmitida de forma hermética, fechada; de lábios à ouvidos, de mestre para discípulo. Só entregue a quem a procura muito e assim mesmo gradativamente, de acordo com o desenvolvimento do discípulo.

Nesta época, o conhecimento gnóstico está sendo entregue publicamente, à quem se interessar, sem nenhuma distinção e gratuitamente, em virtude do momento atual da humanidade; o qual de uma maneira geral, houve uma perda dos valores morais, éticos, reais e espirituais.

De que maneira a Filosofia se encaixa na Gnosis?
Todo este Conhecimento Universal (Gnosis) se baseia em quatro Pilares: Ciência, Arte, Religião e FILOSOFIA; e todo o conhecimento acessível ao homem se sustenta em algum desses quatro Pilares. Cada Pilar possui várias divisões e ramificações. Na arte, por exemplo, temos o teatro, a música, pintura, escultura, literatura, etc.; na Filosofia vemos as suas várias correntes e expressões, e o seu objetivo é estabelecer as relações entre o SER, o conhecimento e o objeto.

A Gnosis é como uma Filosofia perene e universal; a filosofia gnóstica em si mesma é reflexão evidente, uma função natural da consciência, e nos leva a desenvolver inquietudes espirituais, a questionar temas inerentes à existência, ao destino, à vida, à morte, ao que é o SER e ao que é o NÂO SER. Utiliza a lógica superior transcendental, a mesma que mencionam os filósofos Emanuel Kant em sua “Crítica da Razão Pura” e Pedro Ouspenski em seu livro “O Tertium Organum”.

Na concepção dos gnósticos, há diferença de filosofia entre os povos?
A esta Filosofia que mencionamos, assim como todos os quatro Pilares e a própria Gnosis, não há diferença entre os povos e através das épocas, pelo menos em suas Essências. O que existem, principalmente, são maneiras, formas de se expressarem, como uma roupagem; de acordo com a época, cultura e povos do planeta. Isto, desde que sejam criadas ou fundadas pelos verdadeiros e grandes filósofos, e que se mantenham – seus discípulos e estudiosos – fiéis à seus princípios e sua essência.

Segundo o estudo gnóstico, quem foram os principais grandes filósofos da história?
Foram todos aqueles que acessaram a fonte de todos esses conhecimentos e mistérios da vida e do Universo = A VERDADE. Não através de conhecimentos obtidos pelos cinco sentidos e gravados na memória, mas sim por meio da experiência direta do REAL, através do autoconhecimento e de um trabalho sobre si mesmo.

Houve muitos deles, mesmo que não tenham ficado conhecidos como filósofos, mas como iluminados, mestres, mahatmas, gurus, etc. ou que tenham ainda se desenvolvido em outras áreas como as Ciências (Astronomia, Matemática, Medicina, Física, etc.) ou as Artes de maneira geral. Todos eles encarnaram em suas vidas e em si mesmos esta filosofia de que falamos, e mesmo que seja difícil elaborar uma lista, podemos conhecê-los por suas obras que se tornaram invariavelmente atemporais.

O que a Instituição Gnóstica pensa sobre o conteúdo e da didática da Filosofia ensinada nas escolas e universidades?
O que se verifica hoje na Filosofia Contemporânea e também nos outros pilares é que além de estarem afastados uns dos outros – e em alguns lugares, até de seus princípios – baseiam geralmente suas convicções só no que captam através dos cinco sentidos sensoriais, formulando uma lógica e uma dialética meramente intelectiva.

É importante que se compreenda que o ser humano é dotado de grandes possibilidades, de faculdades latentes dentro de sua própria consciência e que são muito superiores aos sentidos comuns e à mente; porém, que podem se expressar pela mente.

O desenvolvimento deste lado atrofiado – por falta de atividade – de nosso próprio Ser, nos colocaria em contato com uma sabedoria superior, e nos dotaria de percepção extra-sensorial para captar os profundos e transcendentes significados das Obras dos grandes filósofos do passado. Quando não nos damos esta oportunidade, captamos somente uma parte da mensagem real que nos queriam brindar.

A Gnosis é o conhecimento verdadeiro, ou sabedoria Universal. Há relações entre esta filosofia e as religiões?
Sim, pois como foi colocado anteriormente, elas fazem parte das bases do Verdadeiro Conhecimento Universal; e a Verdadeira Religião, deve possuir em sua doutrina também a Ciência, a Arte e a Filosofia para ser completa; assim como a Filosofia para ser autêntica e para que atinja seus objetivos mais profundos no homem, deve estar aliada aos outros.

O que deu origem as religiões?
É interessante que primeiro se entenda qual o significado da palavra Religião. Religião vem do latim RELIGARE = “religar-se, tornar a ligar”. Assim, o objetivo das religiões, de todas, é tornar a ligar o homem a Deus; e se é necessário “religar” o homem à Deus, nisto está implícito que em algum momento da história da humanidade, o homem vivia mais próximo de Deus, e que acabou afastando-se.

Isto realmente aconteceu e está presente na crença de todas as grandes religiões e documentado através de seus livros sagrados como a TORÁH, o TALMUD, o ALCORÃO, A PISTHIS SOPHIA, o BHAGAVAD-GITA, o POPOL-VUH, etc. e na BÍBLIA através da expulsão de ADÃO e EVA do Paraíso.

Eles representam, na verdade, um período na história da humanidade em que todos os homens (representado por ADÂO) e todas as mulheres (representadas por EVA), viviam em comunhão com Deus e em equilíbrio total com sua criação, por terem ainda uma pureza e um nível de consciência/espiritualidade superior. Com o tempo, a humanidade começou a cometer erros, especialmente por dois motivos: a fascinação com as coisas materiais e a desobediência às leis da Criação, às leis de Deus. Ao cometer tantos erros, o homem criou dentro de si valores negativos, como uma segunda natureza, inferior ao SER, à CONSCIÊNCIA; são como defeitos de caráter ou defeitos psicológicos, a viva personificação de nossos erros e que habitam dentro de nossa INCINSCIÊNCIA, SUBCONSCIÊNCIA e INFRACONSCIÊNCIA.

Com isso o homem afastando-se através dos séculos cada vez mais de Deus e do real objetivo de sua existência, de NOSSA EXISTÊNCIA. Era preciso que fossem mandados ao mundo, de tempos em tempos, e nas mais diversas culturas e povos, homens evoluídos que nos mostrassem o real Caminho para o RELIGARE, como RAMA, KRISHNA, BUDHA, MOISÉS, NOÉ, DAVI, SALOMÃO, JOÃO BATISTA, CONFÚCIO, ANTÔNIO DE PÁDUA, LUTERO, JOANA D’ARC, ANNIE BESSANT, HELENA P. BLAVATSKI, SÓCRATES, PLATÃO, TALES DE MILETO, PITÁGORAS, ARQUIMEDES, GALILEU, LEONARDO DA VINCI, PARACELSO, HERMES TRISMEGISTO, CAGLIOSTRO, SAINT GERMAN, FULCANELLI, RAIMUNDO LÚLIO, NICOLAS FLAMEL, GOETHE, WILLIAN SHAKESPEARE, DANTE ALIGHIERI, RICHARD WAGNER, CARL GUSTAN JUNG, MOZART, BEETHOVEN, LISZT, STRAUSS, CHOPIN, entre muitos, muitos outros, e é claro, o mais exaltado de todos, JESUS CRISTO.

Muitos deles não fundaram religiões como é sabido, mas todos entenderam, conquistaram e ensinaram a Essência do RELIGARE em suas vidas.

Pode-se considerar que o conteúdo da Bíblia é uma filosofia, a mesma da Gnosis? Por quê?
Sim, pois se conseguimos captar todo o conhecimento que ali há, ele nos levará a refletir e a compreender tantos questionamentos que enfrentamos na vida, que tem a ver com a existência, o Ser, Deus; e se nos propomos a colocar em nossa vida, em nosso diário viver este conhecimento como uma Doutrina à seguir, logramos o objetivo mais exaltado da FILOSOFIA: A SABEDORIA, A PAZ, A UNIÃO TOTAL COM O SER, através do que chamamos ser a Revolução da Consciência.

O que o estudo gnóstico pensa sobre a interpretação da Bíblia pelas religiões?
Assim como a Bíblia, todos os livros sagrados das grandes Religiões foram escritos por pessoas com CONSCIÊNCIA DESPERTA, ILUMINADOS. A Consciência quando se encontra desperta, atuante no indivíduo, por si mesma é muito superior à mente sensorial, ou seja, à tudo aquilo que aprendemos somente através dos cinco sentidos sensoriais, e que formulamos como conceitos reais.

Portanto, é inconcebível pensar que extrairemos o conhecimento que há na Bíblia como nas obras dos Grandes Filósofos conhecidos, somente nos baseando na mente sensorial. A própria Bíblia nos fala que todos os seus autores a escreveram através de inspirações divinas, visões, aparições, etc.; nos fazendo referência à estados de consciência superiores; portanto, somente buscando desenvolver esses mesmos estados em nós é que poderíamos desvendar a VERDADE OCULTA nos ensinamentos da Bíblia.

Até então, somente extraímos uma parte do seu conteúdo, o IMANENTE, o SUPERFICIAL; mas é preciso que consigamos ir mais além, ao TRANSCENDENTE, deixar de lado os conceitos e dogmas e buscar fazer com que a consciência atue, a cada instante, a cada momento. E ela (a Bíblia), sendo a expressão do SER, sendo a VERDADE dentro de nós, conseguirá assim captar também a VERDADE que há fora de nós; e só assim compreenderemos na íntegra o que nos ensina a Bíblia, e o que nos ensina o CRISTIANISMO.