"A harmonia é a linha de conduta da qual toda ação humana deve proceder" - Confúcio
"A suavidade de todas as coisas anula a dureza de todas as coisas" - Lao Tzu
quarta-feira, 12 de junho de 2013
terça-feira, 11 de junho de 2013
Canção do sentar silencioso
Sentado em silêncio, exercita a meditação;
O impulso está no yuanguan.
Contínua e suavemente regula a respiração;
Um yin e um yang fermentam no caldeirão interior.
A natureza precisa ser iluminada; a vida, preservada.
Não te apresses, deixa o fogo queimar lentamente.
Fecha os olhos e contempla o teu âmago,
Deixa que a tranqüilidade e a espontaneidade sejam a fonte.
Em cem dias, verás um resultado:
Uma gota de quintessência brota do Kan,
A parteira é quem promove a união,
O bebê e a mulher são perfeitos.
A beleza é ilimitada e inexplicável,
Por todo o corpo, a energia vital emerge.
Quem pode viver uma experiência tão maravilhosa?
É como uma pessoa muda que tem um lindo sonho.
Capta prontamente a essência primordial;
A quintessência avança sobre os três obstáculos,
Subindo do dantian para o topo do niyuan,
Para então submergir no zhongyuan.
Água e fogo combinam-se para formar o verdadeiro mercúrio,
Sem o wu e o ji não há quintessência.
Deixa que a mente esteja tranqüila e a vida seja vigorosa,
O espírito irradia através de três mil mundos.
Um galo dourado canta no bosque sombrio,
A flor de lótus floresce no meio da noite.
O inverno chega, o sol torna a brilhar,
Um rugido atroador irrompe no céu e na terra.
Dragões gritam, tigres brincam;
A música celeste inunda o céu de harmonia plena,
Na nebulosa mistura tudo é vazio,
Os fenômenos infinitos estão todos aqui.
Maravilhoso em seu mistério: misterioso em seu prodígio.
A circulação da corrente irrompe através dos três obstáculos;
Todos os fenômenos nascem da união do céu e da terra.
Sorve o orvalho da natureza, doce como o mel,
Os santos são budas, os budas são santos.
Quando a realidade última se revela, o dualismo desaparece,
Então, eu compreendo: todas as religiões são iguais!
Come, se faminto; dorme, se cansado,
Fazer oferendas e praticar a meditação.
O grande Tao está bem diante de teus olhos,
Se estiveres iludido, perderás a oportunidade,
Uma vez perdida a forma humana, podes ter de esperar um milhão de
eras.
O sonho ignorante da subida aos céus,
O cego adentra a floresta profunda para praticar.
O segredo supremo é maravilhoso além do profano,
Descartar o segredo supremo é um grave pecado.
Os quatro verdadeiros princípios, tu os tens de cultivar,
Romper o portal do mistério para alcanças o maravilhoso.
Cultiva o dia e a noite incansavelmente,
Consiga logo um mestre que devolva tua quintessência.
Alguns sabem que o verdadeiro mercúrio
É a quintessência da longevidade e da imortalidade;
Consagra-te ao dia; persevera cada dia mais;
Não faças do cultivo espiritual uma tarefa imediata:
O cultivo tarda, para o êxito, três anos, nove anos,
Até que uma pérola de quintessência amadureça.
Se queres saber quem compôs esta canção,
Foi o sacerdote taoísta da Pureza e do Vazio, o santo San Feng.
Extraído de O Livro Completo do Tai Chi Chuan - de Wong Kiew Kit
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Uma breve reflexão sobre medicina universal
O sistema endócrino, as funções orgânicas em geral, estão ligadas com os meridianos, chacras, igrejas, e tudo se conecta com a psiquê. Os traumas (medos) que geram o ego (defeitos psicológicos) estão ligados com a base orgânica. O mal vem de dentro, de uma situação não compreendida, e vem se manifestando até o físico por frequências.
Tudo está ligado, não há separações.
A doença já manifestada no corpo físico é um estágio avançado do desiquilíbrio psicológico.
As virtudes, dons e sentidos externos e internos qualificados do ser humano estão relacionados com sua saúde.
A ciência, a arte, o religare e a filosofia são um só.
A verdadeira medicina é isso, todo esse conjunto, encontrando a medida justa dentro do próprio organismo = organização.
O equilíbrio permite o desenvolvimento do Supremo Homem que com ânimo busca o Supremo Um, o Absoluto.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
O EGO - Observe e elimine
O mundo nos apresenta uma série de fatos onde pessoas tiram
a vida de outras pessoas, mulheres são violentadas, jovens desmancham sua vida
pelo vício das drogas, etc. São maus- hábitos, vícios, falsos valores que
formam o EGO e que fazem pessoas agirem sem pensar nas conseqüências que vão
cair sobre os outros e também sobre si mesmo.
O EGO é constituído daquilo que alguns denominam como os
sete pecados capitais: luxúria, ira, orgulho, inveja, preguiça, cobiça e gula.
Cada um deles com suas diversas manifestações.
E são esses valores negativos que nos levam as dores, aos
sofrimentos. Vícios e neuroses que causam algum tipo de dano nos
relacionamentos nos aspectos físico, psicológico e/ou emocional.
É o ego que aprisiona a essência nos deixando incapazes de
expressar virtudes, bons valores, bons exemplos, o amor, e de sermos felizes no
sentido mais amplo da palavra.
Podemos reparar que mesmo nos lares mais elegantes, mais
luxuosos, também ocorrem muitas adversidades, desarmonias e até violência
causando dores e depressão nos sujeitos.
Está mais do que na hora de nos colocarmos como observadores
disso tudo, de nós mesmos, e identificar toda essa tropa de vícios e neuroses
(observado). Todos, sem exceção, querem uma vida melhor, mas para que seja
melhor temos que perceber que nós mesmos devemos ser melhores, devemos ser a
própria paz, a própria sabedoria, alegria e humildade.
O amor está em todos querendo uma oportunidade para fluir e
expressar a lei única que rege o universo, o macro e o micro, e que dissolve
todo tipo de religião, dogmas, crenças, conceitos, neuroses, enfim, mentiras em
geral que aprisionam a justa, bela e aromada essência que se É.
Mas para que flua o amor, devemos eliminar o EGO, por fim a este emaranhado de conceitos, suposições, pensamentos errantes que nos fazem confusos, neuróticos, injustos, arrogantes, mentirosos, que fazem esquecermos de nós mesmos, da essência guardada no silêncio, e engarrafada por todo este mundaréu de "eus" que bloqueiam a compreensão do própria existência.
Por isso sejamos buscadores da verdade, do cominho, do reto viver, reto pensar, reto agir. Busquemos o conhecimento, mas que seja de uma fonte verdadeira, mestres genuínos capazes de nos mostrar que a verdade é uma só, a religião é o RELIGARE, e está livre de conceito e individualismo. E que esse mestre seja o mapa para nos orientar à busca pela nossa própria fonte: o mestre interno.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Olhando para o coração
Quem somos na verdade? A verdade existe? Bom, a realidade
está aí. O cidadão comum anda pelas ruas de olhos abertos, mas será que sua
mente está aberta? Não se trata de respeitar as diferenças ou considerar
possibilidades, é mais que isso. Não se trata de possuir uma visão mais ampla
sobre as coisas, é bem mais que isso. É esvaziar-se de todo o universo e
preencher-se de todo universo. É estar livre de qualquer conceito.
O que vemos é uma realidade fundamentada em vaidade e em
prazer. Hoje o prazer se busca sem um alicerce cravado no respeito, na
dignidade, na honra e no amor. O respeito pelo próprio corpo é respeitar a
própria vida. Ser digno é valorizar a vida. Ter honra é agir sem corromper-se.
Ter amor é fazer o que é preciso preservando a vida (vitalidade, Chi, Ki,
Deus).
Vivemos numa era em que a mente domina o espírito e este se
dispersa. Deve-se dominar a mente pelo espírito (vontade suprema) para se ter
poder e felicidade. O espírito é o que somos, nossa força, nosso poder, está
além de conceitos e hipóteses. Ele é simples mas soberano. Basta olhar para
dentro do próprio coração/sensações e perceber o que ele diz. Que tipo de vida se
quer? Que tipo de conhecimento se quer? Que tipo de prazer? Que tipo de
felicidade, de capacidades?
O coração pode dizer como buscar e encontrar isso tudo. Se
ainda não encontramos é porque não perguntamos. A resposta está na pergunta,
porque quando perguntamos o universo se move. Então podemos intuir e experimentar.
A experiência se dá dentro e fora, no perceber/lembrar e no agir.
quinta-feira, 15 de março de 2012
O que é a verdade?

Isto é apenas mais uma teoria? Claro que sim, a não ser que isso seja comprovado no coração. Ops, outra teoria: a de que o coração, ou intuição, exista e seja fonte da verdade. Então sejamos mais simples e objetivos. Se um mundaréu de pensamentos não chega a um acordo ou resposta, por que não experimentar o silêncio, o não pensar?
Muitos possuem a dificuldade de entender qual é a verdade da vida. Mas se deixarem de pensar no quarto, e também no quarto ao lado, e também na casa inteira, tudo isso deixa de existir e o que sobra? Imaginando que a vida não existe, que há somente um vácuo eterno, ainda assim se conseguiria ter excluído a si mesmo nesse vácuo? Esse é o Tao, o que existe antes de existir. Todo o resto é manifestação, Yin e Yang, feminino e masculino, um experimento científico do Tao. O Tao se encontra dentro de cada um, é a verdade que não se fala e não se explica. Uma chispa do criador dentro do próprio criado pronto para experimentar a vida e criar e expandir ainda mais.
Tudo isso não poderia ter sido inventado se para compreender basta uma simples imaginação dentro de um momento de passividade da mente.

A verdade se quiser saber se existe e qual é, procura-se dentro de si.
A mente é uma ferramenta para acessar referências e se focar numa direção, mas não pode chegar a uma conclusão da verdade da vida e do que somos.
O único que pode chegar a uma conclusão é aquilo que já é a própria resposta. E então a casa toda pode ser vista e também o que há fora dela e antes dela existir. Aponte para si mesmo e veja aonde o dedo foi parar: esse é o seu centro, o centro do universo e portanto a fonte do ser e do saber.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Tai Chi - O Supremo
Quando falamos de Tai Chi qual é a impressão que temos? Para alguns pode soar como algo pouco significativo por ser um termo estranho. Para outros é algo totalmente desconhecido por nunca terem ouvido falar. Tai Chi é pouco difundido no Ocidente, até pelo fato deste lado do globo ter se desenvolvido de uma forma diferente do Oriente. Mas então, o que é Tai Chi? De onde ele vem? Quando surgiu? Para que serve? São perguntas simples, e se existem respostas curtas são apenas para representar uma dimensão sem fim de explicações, sugestões, descobrimentos e evolução do que realmente é e como se aplica na mente e nas ações humanas.
Na verdade Tai Chi deve ser visto, antes de tudo, na teoria como uma filosofia e na prática como um modo de vida.
Não se sabe ao certo quando o Tai Chi surgiu, e se formos desconsiderar o termo talvez seja tão antigo quanto o universo. O que se sabe é que é um modo de vida praticado pelos chineses por milhares de anos. E por todos estes milênios a filosofia Tai Chi sobreviveu e hoje ainda pode ser explicado e praticado, e seus efeitos são a prova viva nos mestres de que seus princípios originais continuam intactos se adaptando as gerações, talvez pelo motivo de não o terem levado como religião ou apenas linha filosófica, criando instituições bitoladas e dogmáticas. Provavelmente sua sobrevivência se dá pelo fato de em lugar disso, ter sido passado e protegido pelos praticantes como algo essencialmente prático, sem restrições e crenças de qualquer espécie.
Tai Chi pode ser definido como “O Supremo”. Desde sempre o ser humano esteve buscando formas de melhorar sua vida no aspecto mental e físico nas diversas áreas da vida, e assim a evolução se fez através da história. Essa busca incessante fez-se perceber e construir a idéia de que a mente humana não possui limites e que o corpo físico pode alcançar capacidades muito além do que comumente pensamos. E foi assim, há muitos milhares de anos, que surgiu esse pensamento que conhecemos como Tai Chi. Um modo filosófico e prático de viver para alcançar as maiores capacidades do ser humano e vencer as barreiras da mente, do corpo e da vida de uma forma harmônica e natural.
Assim vemos que o Tai Chi existia mesmo antes de nascerem as Artes Marciais, pois ele era cultivado pelos chineses nas mais diversas áreas da culinária, da medicina, das artes, das relações humanas, das relações sociais, etc.. Isso porque Tai Chi se baseia na combinação de duas forças, o Yin e o Yang, o negativo e o positivo. Daí que surge a idéia de que Tai Chi, como princípio, pode ser tão antigo quanto o próprio universo. Yin e Yang são duas forças precisas para a manifestação das criações que vêm de dimensões mais sutis da natureza e do cosmos, e é o que mantém o equilíbrio de tudo. Assim percebemos com o dia e a noite, o quente e o frio, o seco e o molhado, o doce e o amargo, o movimento e o repouso. E os chineses acreditavam que harmonizando suas ações de acordo com esses princípios poderiam alcançar estados mais elevados do corpo e do espírito ao atingir uma vida qualificada e próspera. Não podiam conceber a dimensão total de que Tai Chi abrangia, mas sabiam que Yin e Yang geram movimentos espiralados e infinitos causando possibilidades sem fim e, portanto, seu modo de vida poderia progredir tanto individualmente como socialmente para um estado superior, para O Supremo. Não tinham propósitos de criar instituições e seguidores fanáticos por aquela filosofia, e sim apenas simplificar as religiões e unificar todos os princípios num modo prático, simples e qualificado de se viver, acompanhando a energia fluida da natureza e do cosmos.
No entanto, como as religiões no ocidente tiveram seu auge e logo depois se perderam com o dogmatismo e o autoritarismo, na China o Tai Chi também teve este destino. Muitos começaram a confundir e interpretar mal os princípios Yin e Yang, e construiu-se a idéia de que o poder Yang estaria naqueles com mais força e agressividade, e o Yin naqueles mais passivos, bondosos e simples, sendo tachados como fracos. Por isso o poder máximo, ou o imperador, deveria ser aquele mais violento e autoritário, e a mulher ou os mais débeis (Yin) eram ensinados a serem fracos e submissos e muitas vezes escravizados. Isso criou uma idéia falsa do Tai Chi naquela época e por séculos a China viveu na obscuridade do autoritarismo. Por sorte poucos sábios e dedicados viveram afastados dessa sociedade, preservando e repassando os verdadeiros princípios do Tai Chi de geração a geração de forma integra e hermética. Assim sobreviveu por séculos até os dias atuais, sendo ainda possível acessar, desenvolver e ensinar seus princípios originais de forma mais aberta e abrangente.
Sinteticamente o Tai Chi tem como objetivo o autoconhecimento e o desenvolvimento das capacidades humanas e supra-humanas, e isso se reflete na comunicação com a sociedade, o planeta e o cosmos. Podemos dizer que é a busca do religare, ou seja, voltar a ligar com a parte divina de si mesmo, ou com deus. É fundamental entender a relação que Tai Chi possui com as religiões já que todas elas possuem esse mesmo propósito que é o religar, para uma vida melhor e mais plena. Hoje no ocidente a religião se mistificou, e por isso é dogmatizada ou totalmente ignorada. Mas temos ainda algumas vantagens como, por exemplo, a busca de se comprovar cientificamente os aspectos religiosos, e isso muitas vezes leva as pessoas a serem livres para experimentar conhecimentos diferentes se livrando de amarras. Afinal, independente de religião, todas as pessoas buscam formas de melhorar sua vida e serem felizes. E o Tai Chi, como sendo um princípio que conserva seus sistemas de prática como experiência desta verdade, enquadra-se nessas vantagens desde que foi trazido para o ocidente. Aqueles que buscam o fazem como um meio alternativo para a harmonização com deus, ou para a saúde física e psicológica, ou também pelo aspecto marcial que ele possui. Porém é ainda um meio pouco conhecido por aqui, mas que gradativamente está sendo assimilado pelos ocidentais, assim como toda cultura oriental que conserva seus princípios originais. É bom saber disso, pois na China, infelizmente, apesar de não haver mais o autoritarismo agressivo do governo como havia séculos atrás, o Tai Chi está na mesma situação que a Religião está hoje aqui no ocidente, visto como um dogma ou ignorado completamente.
Podemos ser gratos aos poucos buscadores, sábios e estudantes do Tai Chi que conservaram seus princípios ocultamente por humildes e pequenas, mas grandiosas obras. Livres pensadores que permitiram a filosofia e a prática chegarem intactas e aperfeiçoadas em nossos dias. Assim como tantos outros iluminados, santos e alquimistas de outras culturas que trabalharam e ainda o fazem em prol deste esquema de proteção do conhecimento supremo, mesmo que as cascas institucionais tenham sido corrompidas, mas que por trás das linhas podemos perceber o objetivo comum que todas as correntes filosóficas e científicas do mundo possuem: o religare, o supremo.
terça-feira, 29 de março de 2011
Ong-Bak - Resenha

Violência e sangue. Mas quem disse que precisamos ver por este ângulo? Olhar pode ser diferente de ver. Ong Bak 2 traz o início de uma trama que continua em Ong Bak 3. O primeiro filme, Ong Bak, pouco ou nada se relaciona com os dois últimos.
A arte das armas e as artes marciais tomam conta da estória, e o personagem Tien domina muito bem suas técnicas e sua força. Os anciões já previam seu poder e sua capacidade, no momento quase único, para lutar contra o império traidor e cruel que pretendia dominar a Tailândia, e assim restaurar a paz. Tien era órfão de pais assassinados pela crueldade do poder imperial. Aprendeu a arte das guerras para lutar se fosse para trazer de volta a paz, mas a dor que sentia pela sua perda lhe trouxe ódio e uma sede insaciável de vingança. Foi atrás de seu desejo, lutou e matou, mas no final seu poder não foi o suficiente para derrubar todos os soldados imperiais. Foi preso e torturado, a sede de vingança se voltou para si mesmo.
Por fim, na continuação que se fez em Ong Bak 3, Tien é salvo de sua pena de morte e com seu corpo todo machucado, já sem condições de vida, carregava ainda sua missão para cumprir. Ele foi curado por uma medicina milenar poderosa, sua alma retornou ao corpo, e ainda sem o controle de seus movimentos e com muitas angústias, revoltas e arrependimentos recorreu à meditação por instrução de seu mestre. Finalmente recuperou o controle sobre si, conquistou o controle de sua mente e atingiu a iluminação através da meditação e a arte das danças que aprendeu quando jovem. Dançou com sua companheira, parceira e amiga desde pequenos, sua sacerdotisa, e entrelaçaram-se na magia da dança.
O amor, a consciência e a sensualidade estão em tudo; essa é a magia sexual, a magia da vida.
Consciente de suas fraquezas decidiu treinar, treinar e treinar por conselho de seu mestre para não cair novamente por suas debilidades: cobiça, inveja, ira, orgulho, vingança, desejos, etc.. Deixou a barba crescer, purificou-se por meio das águas.
Enfim recebeu o báculo no qual em sua ponta possuía uma serpente coroada.
O primeiro grande passo de sua missão foi cumprida.


Ong Back 2 e 3 são filmes muito esotéricos. Seus simbolismos revelam o ensinamento universal de aplicação individual e gradual, assim como tudo o é. Tien tinha sede de conhecimento e poder. Porém sua consciência foi tomada pelo seu ódio e sede de vingança. Por isso caiu e não remediou seu Karma que o levou ao sofrimento.
Por sorte vemos a luz imanifestada emitida pelas mentes e corações puros deste Universo, que expandem seu Amor, assim como pelas esperanças das partes autoconscientes de seu Ser. A consciência, o juízo, os apóstolos, o guru, rogam pela sua resistência.
Tien dá a volta, renasce, retoma seu controle, atinge a iluminação e se purifica. Sua purificação foi por meio das águas, as águas da vida, a semente, a força sexual transmutada, castidade científica. A barba e cabelos crescidos simbolizam o cristo; o báculo serpentino a maestria com sua força elétrica desperta. Da sabedoria ao poder, do poder a paz. O demônio é ele mesmo, o ego. Os soldados todas suas impurezas, seus defeitos, suas fragmentações. O cristo vence o ego, traz a luz e o equilíbrio. Tudo é interno. O poder sobre seu universo particular e completo, o Ser.
Concluindo, considero Ong Bak 2 e Ong Bak 3 recomendáveis. Pois apesar de possuírem luta e sangue, demonstram em sua essência os verdadeiros princípios das artes marciais e um ensinamento que percorre os milênios e que muitos vêm conquistando: a cura interior em nome da paz e felicidade plenas. Portanto apesar dos inconvenientes, transformemos as impressões vendo o lado positivo e essencial para captarmos o segredo. Deixemos os conceitos e preconceitos, esvaziemos a xícara, olhemos com o coração. A luz está em tudo, até mesmo por trás das sombras. Como o próprio filme esclarece: sem a luz a sombra não existe, e sem a sombra não há porque a luz existir. No entanto, até para isto existe uma transcendência.
O verdadeiro mestre reside no interior de si. Busque-o!
sábado, 18 de dezembro de 2010
A força está em nossas mãos
Muito se vê nos dias de hoje pessoas indo de igreja em igreja, templos em templos, escolas em escolas, em busca de algo para saciar suas sedes religiosas e espirituais.
Caem num lugar, ouvem e falam, concordam e discordam, até que conhecem outra forma de religião ou filosofia e mudam. Não passa muito tempo e já trocam novamente, buscando mais felicidade, prosperidade, respostas para seus problemas. Mas o fato é que pulam de galho em galho e não encontram o que querem.
Não digo que nada serve, porque em realidade serve sim. Muitos necessitam disso e é melhor que tenham um apoio espiritual para seguirem pessoas melhores. Por isso devemos respeitar todas as religiões e correntes filosóficas que há no mundo.
Porém chega um momento que teremos que perceber o quanto já paramos de porta em porta e não encontramos a verdadeira felicidade interior e exterior. O porquê de ainda sofrermos, mesmo que calados, e fazermos outros sofrerem mesmo que sem querer.
Isso porque tudo, absolutamente TUDO deve ser conquistado de dentro para fora. Nenhum mestre, santo , escola ou igreja poderá trazer essas conquistas para nós. O caminho é particular, individual e os avanços dependem de nossos méritos.
Mas o que vem a ser esses méritos?
“Mérito” é o mesmo que energia, e energia é o Ki (o mesmo que deus). Por isso não tiramos a razão de quando falam: - é preciso mais deus no coração!
Mas há que saber interpretar, e mais que isso, perceber essa verdade com o coração. Ki é energia e quanto mais energia temos acumulada mais poder de criação e atração teremos.
O quanto temos de Ki determina o quanto seremos influentes nas mudanças em nossa vida. Por isso que se diz que “junto do mérito vem a responsabilidade”. Ki é deus e com ele podemos realizar o que almejamos. É tudo uma questão de foco no que vamos escolher para nossa vida e nosso caminho espiritual.
Contudo para criar devemos emocionar. Se imaginamos e nos emocionamos estaremos criando. Deus cria, Ki é energia criadora. A emoção é a seladora da nossa criação, quando emocionamos é como se o universo batesse o martelo e dissesse: - está decidido.
Então muitos crêem num deus que está fora e tudo faz por nós. Muitos testemunhos são dados e são reais, porém ignoram que essa força realizadora veio de si próprios, de seu próprio deus que opera em si. Esse deus é uma força elétrica e magnética e pode ser ativada através da vontade consciente.
A lei da compensação
O que emitimos para o Universo (pensamentos, emoções) é o que atrairemos para nosso universo particular. Somo o que emitimos e tudo o que nos rodeia é conforme o que somos por dentro. Muitos estão na sarjeta, mas não é por acaso. Muitos passam por diversos tipos de dificuldades, mas nada que veio é o que não merecemos.
Deus é criação mas também é destruição. Deus está dentro, é Ki, portanto depende de nosso foco/escolhas para determinar como iremos utilizá-lo. Sem Ki nossa vida para e o que para involui, desintegra, é recolhido. Com muito Ki mas utilizando sem os propósitos do coração irá fazer da realidade um caos e uma confusão, cometendo muitas injustiças mesmo achando o contrário.
E como acumulamos mérito/Ki?
Por meio de uma alimentação equilibrada e saudável, com alimentos com muita vitalidade e sem agrotóxicos e alterações em sua genética.
Muita água e muito prana. O prana está no ar mas o captamos com uma respiração profunda e consciente.
E não podemos esquecer também da transformação das impressões. Toda informação que chega até nós deve ser digerida e transformada em compreensão. Um exemplo: se alguém nos fala mal e nos ofende porque vamos revidar? Replicar só aumentará a bola de neve, sabemos que a pessoa em questão não está apta para conversar com consciência, portanto apenas calamos e oferecemos todo nosso respeito a ela. A emoção que teria sido negativa em relação à situação foi transformada numa emoção de paz, compaixão e respeito. Isso também nos alimenta e conserva o Ki.
A meditação diária com foco no coração também nos alimentará desse deus, e nos desenvolverá sentidos superiores como a intuição e a clarividência.
Enfim, o poder de manipular a realidade está em nossas mãos. A nossa vida é um reflexo do que somos interiormente, do que emitimos ao Universo. O que queremos para nós deve ser o que emitimos ao Cosmos. É a lei do dar e receber. O que jogamos retornará com a mesma força e intensidade.
Por isso sejamos responsáveis, tudo o que temos e o que nos acontece é de inteira responsabilidade de nós mesmos, é o que atraímos.
Se quiser o amor, dê o amor. Se quiser o respeito, dê o respeito. Se quiser a alegria, dê a alegria. Se quiser a prosperidade, dê a prosperidade. Se quiser a paz, dê a paz. Se quiser um dom, dê esse dom.
Essa Força está em nossas mãos! Só devemos escolher e o resto acontecerá!
domingo, 28 de novembro de 2010
A iluminação
Muito se fala da iluminação, e falam com ar de que é para poucos como se fosse uma vocação espiritual com que alguém tenha nascido.
Mas quem nasce com essa vocação certamente tem tido trabalhado por isso durante muito tempo no decorrer de suas existências passadas. Não é um presente gratuito, senão que um desenvolvimento adquirido por longos anos e com muitas experiências e exercícios, e com certeza muita ousadia.
Porém muitos tratam a iluminação interior como se fosse o máximo, o ápice do desenvolvimento espiritual.
No entanto vejamos que não é o último grau, nem um dos últimos. Em realidade é apenas o começo, e uma das coisas mais simples e fáceis de se conquistar, que está mais perto do que qualquer um possa imaginar.
Neste mundo há tantas pessoas com tantas capacidades, disposição, força, direção. Podemos dizer que esses possuem muito espírito. Espírito é o mesmo que energia, ki, chi, self, Amor. Nós temos a alma, porém essa depende do espírito para avançar, como um combustível. A esse combustível, ou espírito, chamamos substância.
Tantas pessoas com muita substância, artistas, descobridores, escritores, lutadores da liberdade, do povo e do planeta, etc...possuem energia para isso tudo, no entanto estão com o foco virado, para fora de si mesmos. Têm as melhores intenções e muito direcionamento, mas fazem pouco por suas próprias chispas de alma.
Portanto para atingir uma iluminação interior precisamos de substância dentro, mas também de um foco direcionado à sua própria mudança, revolução interior, purificação e resgate de sua alma (essências fragmentadas por um equívoco gerado no mundo dos conceitos).
E como adquirimos substância? Por meio da passividade interna, sem conceitos, sem pensamentos, sem fantasias. Apenas com um foco no coração e/ou na respiração, e uma imaginação sutil, nos preenchendo de cores, de luzes, num mundo de liberdade e beleza o qual é nosso coração espiritual. Isso é meditação, também chamado de transferência de substância, preenchimento de espírito, mais de nós para dentro de nós mesmos.
A chave para o despertar, ou seja, a iluminação, é o preenchimento de substância (o que somos) para dentro de nós mesmos, mas também do foco para nossa mudança deixando de sermos seres equivocados, cheio de defeitos, para sermos divinos, felizes e prósperos em todos os sentidos.
Um organismo cheio de substância tem força para enfrentar qualquer prova, aprendizado e mudança. É capaz de desafiar qualquer problema para encontrar paz e felicidade internas. É ousado e astuto. Portanto pode despertar a consciência para ter uma visão mais clara e abrangente do que se deve fazer e como deve realizar para seguir no caminho do avanço espiritual.
Um ser desperto possui muito anelo, e pode fazer qualquer coisa para avançar no caminho espiritual, do auto-conhecimento. Este segue apenas seu próprio coração sendo capaz de se sustentar com sua própria luz. Está pronto para construir sua própria gnose (conhecimento universal por experiência própria). Está sempre vigilante e se comete algum erro sente um remorso passageiro, fruto do juízo interno. Se não sabe a resposta para algo sabe onde encontrá-la. Por isso já está pronto para avançar no auto-despertar (desenvolvimento de poderes e sentidos superiores).
E um ser desperto sabe quando lhe está faltando substância para seguir se sustentando, por isso sabe o momento certo para se silenciar e buscar a passividade para se transferir, se preencher de espírito novamente, recuperando as forças.
O iluminado é um poeta e cientista, pois sabe que a vida deve ser um experimento e que a inspiração deve buscar em todas as coisas e todos os momentos. Para este não há barreiras ou limites, está longe de qualquer rótulo, e distante de qualquer fanatismo ou misticismo.
Portanto aqui compartilho a chave para o despertar: substância e foco. Devemos parar e sentar, esticar a coluna e recolher o queixo, respirar suavemente e sentir o coração e a respiração. Com o tempo começamos a trabalhar a imaginação, nos vendo sendo preenchidos de cores e luzes. Sigamos o coração e mantemos a mente limpa e passiva. No decorrer desse desenvolvimento vamos aprender a realizar isso a todo instante, até mesmo enquanto realizamos as tarefas diárias, esse é o objetivo. A meditação integral nos remete ao poder de sermos o que somos de verdade, na mais pura essência e sabedoria.
Essa prática diária nos dá o poder de mudar nossa vida e a nossa percepção dela.
No entanto o despertar da consciência não nos dá a felicidade íntegra e a eliminação de nossos defeitos psicológicos e vícios da personalidade, mas nos faz ver o óbvio através do coração e nos mantém dentro do caminho. Em realidade a iluminação nos faz perceber que agora sim, mais do que nunca, temos muito trabalho pela frente.
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